segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

o buraco na alma

hoje meu coração não é mais um buraco negro
que é cheio por densidade e atrai e engolfa tudo.
hoje ele é uma ferida aberta
pela qual o sangue jorra com tanta pressão
que aumenta as lacerações das bordas da ferida
abrindo e rasgando e fazendo doer enquanto pulsa.

há um limite tolerável para as feridas da alma,
que conseguimos recuperar aos poucos,
com a paciência que uma cicatrização exige.
mas se a agressão passa dos limites,
talvez a alma não suporte a si mesma, ferida,
e, não resistindo,
se entregue ao descanso definitivo.

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