domingo, 13 de dezembro de 2015

Dec 13th

Essa noite eu tive vários sonhos malucos
Que acabaram por culminar numa saudade muito pontual que eu tenho
Da cumplicidade e confiança que eu depositava em você
E que é a grande lástima, até hoje, da perda que eu sofri.

Sonhei que precisava me despedir de uma vida que eu amava muito
Com todas as pessoas que eu conhecia
Para partir, ir embora
Para um lugar distante, em que eu precisaria começar de novo.
(E como eu sofri e chorei essa despedida -
Como sofri e chorei despedidas reais, na mesma terrível proporção)

Quando lá cheguei, qual não foi minha surpresa:
Lá você estava
E de um estágio - não querer nem olhar para você -
Já estava eu no dia seguinte:
Dormindo nos seus braços
Sofrendo o seu desprezo
Alimentando falsas esperanças de que talvez um dia
Eu me adaptasse a esse esquema tão danoso ao meu amor-próprio.
Mas era você quem estava lá, me segurando,
Me apoiando no meu recomeçar.

E cada nova vitória foi celebrada por mim com muita alegria
E eu dançava e cantava cada rua nova que eu conhecia
Cada palavra nova aprendida da estranha língua daquele lugar
Cada possibilidade de consolidar a minha nova vida
E tudo eu queria reportar para você -
Mas com receio do que você pensaria
Da minha vontade de compartilhar a minha pura alegria.
É o meu medo constante: medo de que tenham medo de se entregar.
E isso me deixa tão, tão cansada (na vida real, inclusive).

Não há maior alegoria da minha existência atual do que esse sonho louco:
Em que eu vivo tantas vitórias pessoais
Tantas conquistas que me alegram
Tanta força que eu tive que criar para enfrentar o desconhecido
Sem ter o aval e o afago de alguém que reconhecesse o quão duro esse processo todo tem sido.
(Mas esse foi o sonho e essa é a realidade:
Cabeça erguida, coração partido,
Com medo só do que não depende de mim,
Eu sigo.)

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Oração

(Uma homenagem aos pedagogos Acropolitanos
E à minha vocação primeira: o amor pela Verdade.)

Eu professo a condição humana.
Me exponho por miséria e glória:
Necessidade de me dar a conhecer para o outro
Para que eu me sinta compreendida
E para que o outro se sinta compreendido.
Eu professo o nosso mistério,
As nossas dores,
E as maravilhas de estarmos vivos.

Se trabalhar é orar com as mãos,
Com o meu corpo e a minha voz
Eu expio as minhas fraquezas
E elevo a minha obra à glória dos deuses que há:
Sou professora
Por necessidade espiritual
E por dever moral diante da minha amada humanidade.

____________


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis, 14-2-1933

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

You're gone

And I got to stay high
To keep you off my mind.

domingo, 13 de setembro de 2015

Futuros amantes

Precisamos existir apesar das manhãs chuvosas,
Resistir, até o limiar das nossas forças individuais.
(E é com certo desespero que eu constato isso
Ao ver as pessoas agitadas correndo de lá pra cá
Numa manhã chuvosa, não tão fria, e não tão cedo.)

Não é possível se entregar ao ócio infértil,
Por mais que esse seja nosso único e exclusivo desejo.
(Até porque os outros desejos precisaram ser
Mortos
Esquartejados
Dilacerados
E distribuídos pelos quatro cantos do mundo
Como no mito de Osíris
- Quem dera eu fosse tão mística e digna quanto esse mito.)


Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios no ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você



E o meu coração está espalhado por aí
E pode ser que um dia eu consiga recuperar todos os seus pedaços
Ou pode ser que eu morra antes disso
E futuros amantes se amem com todo o amor que eu deixei pra você
- E vai ter muito, muito amor em cada estilhaço,
Suficiente pra vidas e mais vidas de encontros e desencontros gastarem toda essa confluência sentimental que acabou por acontecer
E que vai ficar assim, em latência,
Só os deuses sabem até quando.

Quando é que eu poderei voltar a florescer?
(Me amo o suficiente pra querer todo esse amor pra mim, pra essa vida,
E pra alguém que o receba religiosamente
[E eu sei que não vai ser você.])


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

9 de setembro de 2015

Se hoje eu pudesse chamar qualquer pessoa para um café e uma prosa
Certamente escolheria você
- Pelo fato de eu ter ido dormir muito tarde
E ter acordado muito tarde
E ter me sentido tão fracassada em todas as últimas horas dos últimos dias das últimas semanas
Tão fracassada que nem o meu corpo se sente bem-sucedido em suas funções habituais
Tão fracassada que não tenho tido energia nem para me manter respirando bem
Apesar do ataque massivo que tenho promovido aos meus pulmões
Com tanta fumaça intoxicada de tristeza.

Você me compreenderia na sintonia mais fina
Como se um fio de seda muito tênue e leve ligasse perfeitamente o centro das nossas angústias
E a mesma lente ligeiramente azulada estivesse sobre os nossos olhos;
Você me ajuda a enxergar a vida da maneira mística e melancólica a que estou tão habituada
Mas com você eu consigo enxergar algum sentido no meio dessa floresta de signos retorcidos e misteriosos.

Hoje eu tomaria um café bem forte, cheio de açúcar,
Ou um chá de maçã bem suave,
E ambos me fariam sentir profundamente a falta, a ausência, esse vazio imenso que me move
Em que eu fantasio que você mora e me ocupa de maneira cintilante (todos os cantos dilacerados da minha alma).

Nada disso você nunca vai saber
Nem deve querer saber
Mas eu precisava contar, da maneira que fosse,
Como eu adoraria te ver nesse dia branco de hoje
Pra falar de qualquer coisa que me fizesse esquecer o trapo de ser humano que me tornei.

(E que tenho fortes esperanças de deixar de ser,
Mas ando fraca demais pra tomar qualquer atitude em relação a isso
Que não seja
Me intoxicar
Dormir tarde
Acordar tarde
E viver como se estivesse à espera de dias melhores
[Como se não fosse eu mesma que tivesse que trazê-los de volta]).

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Essa pessoa

Estranha e triste
Solene e calada
Eufórica e irritante
Desequilibrada e contida
Sou eu

Resultado de tudo o que vivi
Retrato/mosaico daquilo que me tornei
Reflexo do que a passagem dos anos traz
àqueles que os vivem profundamente.

Eu tenho medo de várias coisas
Medo de esquecer
Medo de ser esquecida
Medo de viver à margem
de tudo o que eu podia ter vivido.

E a minha coragem fica limitada
à sinceridade com que eu consigo articular o que eu sinto

Mas, se isso assusta e afasta,
Talvez seja mais fácil, mesmo,
Ficar na covardia do isolamento.

(Não quero ser corajosa sozinha.)

sábado, 1 de agosto de 2015

Echoes

Alguns minutos parada no ônibus ligado, com alguma emoção inquieta remoendo no meu peito
- Talvez a ansiedade de chegar ao destino,
Talvez a lástima de ter deixado o que deixei para trás
Mas, em ambos os casos, nada é tão grave ou definitivo

Alguns minutos aqui parada, escrevendo no computador, no meu colo
Coisa que eu jamais havia feito
Quantas coisas eu fiz atualmente que eu jamais havia feito antes?
Meus deuses, acho que eu até já perdi a conta.

Eu sei que há alguma coisa me inquietando
Porque essa calma não é nada costumeira
- Essa calma do day after
Ela era uma euforia elétrica há algum tempo

E talvez isso signifique uma série de coisas
That I don't really know if I dare to say
It's so freaking difficult to face how things change, sometimes

[]

Há uma série de retratos presos nas minhas retinas
- Recurso físico fabulosamente esculpido pela seleção natural, é o que dizem -
Que ficaram aqui, impressos na minha memória,
Por evocarem uma beleza simbólica tão descomunal
Que, de alguma forma, merecem ser registrados fora de mim,
Porque eu não aguento não gritar pro mundo
O que há de maravilhoso na existência

(Por mais que eu seja profundamente envolvida pela angústia
E pode ser que seja por isso mesmo que
O que há de maravilhoso na existência
Me seja tão caro - achar descanso para o peso da vida no banal
Tem um pouco de alquimia desesperada)

Então vou tentar traçá-los da forma mais fiel possível
Porque se, em algum momento, minha memória falhar
(E ela tem tendido bastante a isso)
Não vou ter perdido para sempre os lampejos que separam o cotidiano do banal
(Que é o que faz toda a diferença de sentido em uma existência
And this is something I really dare to say).

(...)

Esse caminho imagético
Reaviva em minha memória o prazer das minhas noites intranquilas
In which I just want to give myself to your arms
- Ver a lua se transformar em lua cheia novamente,
Fenômeno raro e belo, como é raro e belo o sagrado feminino,
Com a psicodelia sonora making my senses come to life:
I would spend eternal seconds
Carving you forever in my tired eyes.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

What if...

Minha mãe tem medo das cortinas voando, e me pede logo que eu feche um pouco a janela
E eu me pergunto, "por quê?"
E amarro a cortina e deixo o vento do litoral varrer a casa

La mer... here we are, together, again.

Meu pai me mostra uma cicatriz das histórias de ontem e de tomorrow
"Já te contei essa história?"
E eu, condescendente, digo que não,
Porque as pessoas cheias de histórias precisam muito contá-las
E eu, que já havia até escrito sobre ela,
Busco nas postagens antigas o link para ele escutar a música de 1972, cheia de memórias, no YouTube.

O vento do litoral continua me varrendo
Me fazendo refletir sobre o mar, a imensidão agorafóbica do mar,
La mer... La mère. Não a terra, Gaia, mas a mar.

E eu também sinto muita falta das minhas prazerosas noites mal-dormidas.
E um misto de profunda raiva, humilhação, reverência e gratidão se embola no meu peito e na minha mente

Quais são os limites do afeto?
(Se eu não sei dimensioná-los, talvez eles não existam, ainda, pra mim.)


     "Olá, guardador de rebanhos,
     Aí à beira da estrada,
     Que te diz o vento que passa?"
   
     "Que é vento, e que passa,
     E que já passou antes,
     E que passará depois.
     E a ti o que te diz?"

     "Muita cousa mais do que isso.  
     Fala-me de muitas outras cousas.  
     De memórias e de saudades
     E de cousas que nunca foram."

     "Nunca ouviste passar o vento.
     O vento só fala do vento.
     O que lhe ouviste foi mentira,
     E a mentira está em ti."



quinta-feira, 16 de julho de 2015

Quando eu aprender a me amar

Quero fazê-lo como os deuses fazem pela humanidade:

Com zelo, com caridade, com paciência,

No aguardo piedoso de que eu me lembre que Eu e eu mesma somos uma única coisa vinda de um único ponto e destinada a um mesmo lugar: a Unidade.

(E quero amar o meu corpo como eu amo o corpo de outrem,
E quero amar a minha alma como eu amo a alma de outrem,
E que eu aprenda a ocupar, em mim, o lugar que o outro ocupa:
O pedestal das coisas sagradas.)

O ensinamento, para mim, é inverso:
Mayara,
Ama a ti mesma como amas o outro.

terça-feira, 14 de julho de 2015

A felicidade é um estado de exceção

Desde você, eu nunca mais consegui perceber a beleza das flores. As abelhas voando eram tão melancólicas quanto a sombra que eu estava trazendo comigo.

Nunca mais postei fotos de flores no meu Instagram desde você. Você matou uma leveza que eu tinha de enxergar a vida - eu a tinha, mesmo que infeliz. Você pesou de morte a minha existência. Porque agora realmente a esperança me parece não normal, mas um evento especialmente reservado aos profundamente infelizes.

(Segunda-feira, 13 de julho de 2015, 13h31 - the fateful day after

A felicidade é um estado de exceção

Se não estivéssemos sempre infelizes, não buscaríamos a felicidade, porque só buscamos aquilo que não temos

Então o normal é a infelicidade, e a felicidade só é mágica e maravilhosa porque ela é rara

Raríssima. E dolorida.)

Fateful days have become so terribly usual since I had you.

E eu acabei de perceber onde que está a minha maior dificuldade da vida
Que só me complica, só me complica
Em absolutamente TODOS os setores da minha existência:
Eu não consigo me amar porque eu tenho dificuldade em perceber que eu existo
Que eu sou uma presença no mundo (que não é um peso pras pessoas)
Que pode ser extremamente prazeroso ter a mim mesma deitada sob a minha companhia

E o clichê mais óbvio se fez, novamente, verdade:
Realmente só se pode amar o próximo quando se ama a si mesmo.
Foi um ensinamento religioso, afinal, esse
E a gente nunca deve subestimar os ensinamentos religiosos puros
Que realmente promovem o religare:
Ama ao próximo como a ti mesmo.
Ou seja:
AME-SE, CARALHO
SENÃO NÃO DÁ PRA AMAR O PRÓXIMO, PORRA.

Só que de uma forma bonitinha, com o imperativo da segunda pessoa todo pomposo em "ama".

Tão banal, e, ao mesmo tempo,
A MAIOR DIFICULDADE QUE EU TENHO NESSA VIDA.

que vontade de me xingar de todos os palavrões por eu ser tão estúpida, por ter sido tão estúpida esse tempo todo, por ter sido ensinada a ser tão estúpida e demorado tanto a enxergar o óbvio.

http://youtu.be/dAjJm8foMEg (for me to remember tomorrow)

domingo, 5 de julho de 2015

I'm panicking

Nessa longa noite de 17 horas de sono
Meu subconsciente me fez revisitar todos os processos dolorosos pelos quais eu tive que passar até enfim chegar à total supressão do inominável sentimento que eu tinha
E de uma maneira tão louca
Como se fosse uma montanha russa das emoções mais intensas que já foram concebidas pelos hormônios humanos e pelos arquétipos divinos

Não sei se eu, enfim, cheguei ao estágio de loucura que eu tanto almejava
E se eu realmente almejava esse estado de loucura
Sei que eu estou totalmente fora de mim há alguns dias
E isso está me apavorando

(Ao mesmo tempo que eu não sei se simplesmente ganhei uma nova forma de percepção da realidade
Um tanto quanto enevoada, eu poderia dizer,
E se a forma antiga era uma forma defeituosa do meu cérebro
Mas meu poder de julgamento diminuiu drasticamente
E eu não sei o quão positivo isso é para a vida em sociedade
E para a minha mente control freak)

[Talvez esse gatilho disparado em alguma região do meu cérebro
Tenha sido propositalmente escolhido
Para eu aprender a lição de não ser tão control freak
E perceber que nem sobre o meu corpo eu tenho tanto controle
Quanto eu espero ter sobre a realidade]

Mas é que eu simplesmente não sei viver
Sem criar expectativas demais
Medindo as cadeias de reações que eu vou criar no mundo
Porque eu nunca tive dimensão do que é a minha existência na realidade concreta
Eu sempre vivi demais no mundo dos pensamentos
(Quem dera fosse o mundo das ideias!)

Então eu sofro e sofrem por mim na mesma proporção
Pelos mesmos motivos - expectativas e hormônios
E, apesar de eu estar literalmente louca,
Eu só quero o que eu venho querendo nos últimos tempos todos:
Descanso.
(Tanto para o que eu sofro quando para o que sofrem por mim.)

domingo, 28 de junho de 2015

Hoje

Eu só queria que você
E que todos nós
Percebêssemos com o fundo da nossa percepção mais sensível
O quanto depositamos no outro tanta expectativa pra nossa realização pessoal
Que momentaneamente se traduz em felicidade
Mas que é tão variável e instável
Que só vai nos conduzir a uma angústia cada vez mais intensa.
(O outro como realização pessoal, I mean.)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sobre os efeitos do Staphysagria

Acordei depois de um 200CH como se estivesse chorando ininterruptamente pelo último mês inteiro, e finalmente tivesse conseguido me acalmar, mas ainda com aquele peso no pulmão e nos músculos do esforço dos espasmos dos soluços.

(E eu quase escrevi "solução" ao escrever "soluço".)

E eu não sei se é só o efeito do Staphysagria,
Mas eu parei de sentir toda a angústia infinita que estava chovendo em cima de mim pelas últimas semanas

Então não quero mais remédios
Não quero mais álcool
Não quero mais cigarros
Não quero mais você.

(Mas essa é só a primeira sensação. E está tão bom que eu quero que dure para sempre. Eu tinha me esquecido de que não dá pra querer ser triste e profunda e angustiada o tempo todo. Eu me lembrei de que eu quero ser leve como o ar.)

Duas coisas:

1) http://www.diasdacruz.com.br/homeopatia/pag/id/113

2)


domingo, 7 de junho de 2015

The 8 days after - how to mourn (something I must teach you)

Today I didn't have to be under ulterior effects of any illegal stuff to have a long sunday walk
(Earlier than the other ones, by the way)
[And I may mean a great range of things by "illegal stuff" - including you]
And today I was able to see butterflies and bees flying,
And feel beauty on those things,
And my mind managed to divide itself into
Thinking about you - and mourning you
And paying attention to the beauty of life
Something that I only managed to do after having a wonderful night.
(Was it that wonderful? - I must wonder)

But, yes, I am under the effect of some other things
Which I hope to bring me back some pleasure to this disillusioned life of mine
But only for some time, only for some time,
Because I really think I'm able to be happy by myself
(Or someday I will be)

I'm just giving myself extra tools to deal with this freaking long process.
(In fact, last night I panicked a little bit
Because I really needed to rest
But I was terribly afraid of dying
Breathless
And then I chose to suffer, but being aware that I was alive
Isn't it something that we have to choose everyday?)

But my intense victory of going out home
- Because I wanted to
Because I felt I deserve to see and feel life,
And not because I only had to -
Is something that I'll keep on my box-of-very-own-miracles
For me to remember that I'm strong enough to decide to be alive.

(Although I'm unable to decide this very frequently,
And, in most of my days,
[Mainly now the days
That I don't have you to show me a way to do this]
I just manage to survive.
But I'll overcome this sooner or later.
[I'm going to learn how to do this completely by myself.])

But oh, God, how it hurts!

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Viagem

Numa crise de ansiedade profundíssima (de origens agora sabidas [ou não]), eu fico congelada, passando loucamente pelo feed de notícias do Facebook pra distrair, em vão, a minha mente (a Internet, até ela sabe o que eu estou sentindo e eu não sei [ou finjo não saber ou prefiro não saber ou]). Daí eu fui na cozinha e peguei um pacote de biscoito maisena e misturei leite condensado com limão e comi quase o pacote inteiro de biscoito com essa mistura prodigiosa

(Em "comi", quase escrevi "comigo")

Eu estou com um medo absurdo. Eu estou congelada pelo medo de sofrer, afinal (como pude saber, obrigada Internet, rs). Mas sofrer não é uma hipótese longínqua, I guess.

Eu realmente preciso de algo que me resgate da minha mente, e que me faça acreditar que não tem razão para complicar tanto as coisas (mas como? como? como?),

(Ô deuses, por que razão não recebemos uma educação emocional decente? Ela é tão mais importante do que qualquer educação formal!)

Afinal, somos poeira estelar, e toda essa coisa de hormônios dopamina ocitocina etc etc é só mais uns conjuntos de átomos que se dissolverão quando alguma explosão sinistra acabar com esse pequeno universo advindo do oceano de universos possíveis - o Grande Multiverso (puta nome bonito que escolheram pra uma coisa tão grandiosa - Multiverso).

Se a galáxia já é muito maior do que qualquer dimensão que qualquer cérebro humano pode alcançar (exceto o Giordano Bruno, ele enxergou além), por que raios eu ficaria sofrendo com coisas tão... ínfimas?

O problema não é a extensão física do universo de fora,
Mas o caos subjetivo profundo do universo de dentro.

(Ridículo, decerto. Mas é a dor que eu estou sentindo agora, então me deixa.)

(E uma dúvida científica: absolutamente tudo o que está dentro de todos os universos possíveis, incluindo eles mesmos, é feito de átomos?)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A paleta Pantone da realidade

Fico tentando mensurar que tipo de reação mental me faz enxergar o mundo com as cores mais lindas do que qualquer paleta Pantone.

Simplesmente porque tem alguma coisa dentro de mim que não aceita a explicação banal - não pode ser isso. Não pode ser tão simples.

O sentimento é extremamente, extremameeeeeeeente contraditório. Eu não consigo resolvê-lo. Eu não consigo pensar sentindo. Eu ainda não conectei essas duas pontas.

Veja só, eu andei loucamente às 9h da manhã de uma segunda-feira. There's something really wrong with me. Or really right. É isso que eu não sei dizer.

Vontade de comprar broa de fubá e café e distribuir pras pessoas, porque isso é o símbolo máximo da felicidade - broa com café.

Vontade de beijar as paredes, porque até elas são feitas de poeira estelar.

Vontade de dominar a técnica de todas as modalidades de arte pra expressar essa coisa boa que está aqui dentro de todas as formas possíveis e imagináveis.

O azul do céu me faz chorar. Claro que eu entendo isso. Não tem como não entender.

É a mesma sensação - a bruma da manhã ensolarada me faz querer gritar de euforia. A alegria tem uns tons muito vibrantes de insanidade.

Obrigada, Deus, por ter a oportunidade de enxergar a vida, ainda que por alguns instantes, completamente despida da banalidade que a rotina traz.

Eu fui parar na praça do São Mateus, e a minha vontade antiga de morar em um daqueles prediozinhos lindos veio com toda a força. Pena que a fama da praça é tão ruim. Aqueles prédios são absolutamente simbólicos - que nem broa com café. Aquelas varandinhas são felicidade em estado bruto. Eu quero uma vida simples, sem privações, de olhar as manhãs claras e ensolaradas pela varandinha do meu apartamento. Ou no quintal da minha casa - porque, afinal, vizinhos podem ser uma coisa extremamente desagradável em termos de convivência.

Essa janela com as cortinas roxas. Apenas.
[...]

Alegria e felicidade são coisas diferentes. E eu sei que eu estou alegre, porque a alegria é pontual, e a felicidade, duradoura. A alegria é quase uma crise eufórica de um transtorno bipolar - e é mais ou menos isso o que eu estou sentindo. Até porque eu sei que já já essa sensação vai se dissolver na banalidade do cotidiano; mas eu já estou suficientemente satisfeita por ter tido o direito e o privilégio de sentir algo tão intenso. Sentir vontade de beijar as paredes sem me sentir absurda e ridícula é algo que one should try.

[...]

E ainda tem a relação entre felicidade e bondade - a minha teoria é a seguinte: só existe tanta maldade no mundo porque as pessoas são infelizes. Não tem como você estar feliz e não querer ser bom para os outros, porque a felicidade é uma coisa que extrapola o universo particular, ela se expande infinitamente - e a gente a expressa dentro das nossas possibilidades e limitações. E eu acho que felicidade e bondade não são conceitos ligados intrinsecamente, mas existe uma relação muito forte entre elas, que eu ainda não consigo desvendar em função das minhas limitações mentais.

[...]

I feel so freaking alive.

(Mas pra te eximir de qualquer responsabilidade, termino esse relato dizendo que isso tudo aqui sou eu, inteira e absolutamente. Isso aqui é tudo o que eu sinto e que está dentro de mim. E por mais que isso seja um efeito, não é um efeito só seu.)

Eu tenho que parar de ser tão sincera.

A câmera do meu celular faz essas variações de iluminação - e esse vão é geometricamente lindo. E acusticamente complicado.

domingo, 3 de maio de 2015

Tempus fugit

Freedom,

Ou o bom humor inabalável em uma tarde de domingo.

O combo de prazeres combinados é algo que one should always try.

another thing one should always try: have a long walk in a sunny sunday afternoon

(Acredito que de manhãzinha seria ainda mais profundo, mas eu estava ainda deveras ocupada pela manhã [sendo feliz, tomando um café da manhã super gostoso, cheio de tantas reflexões bonitas])

Tantas coisas que eu senti e pensei durante essa caminhada que eu sequer sei por onde começar

Só sei que quero escrever escrever escrever longamente sobre todas as coisas que aconteceram dentro e fora da minha mente.

1. Tempus fugit

Apenas quem consegue captar o sentido mais estético da existência lamenta absolutamente todos os segundos que se perdem,
Todas as paisagens que são originais apenas uma única vez,
Todas as paisagens que foram únicas e que jamais se voltará a vê-las.

É claro que o tempus fugit é um mote universal
Extremamente angustiante
E absolutamente belo - porque a beleza está no que é simultaneamente permanente e efêmero.

Se os segundos fossem eternos, a sua não-ausência nos faria perder o contraste entre a dor e o prazer, e o prazer, assim, perderia absolutamente a sua graça.
(Graça - quase num sentido de graça divina, bênção.)

TODOS os prazeres nos aproximam dos Deuses. Todos eles. O pecado é uma mentira gigantesca. Ele não pode existir porque todos os extremos se tocam - o grande pecado é, ao mesmo tempo, a grande redenção aos olhos dos Deuses.

[Uma pausa - Cristina]

Eu, pessoa introvertida, tenho uns surtos de alta sociabilidade - há uma casa à venda na minha rua, em que eu já havia reparado e, passando lá em frente, vi uma mulher sentada. Puxei papo comentando o quanto eu gostaria de comprar aquela casa - linda, com uma árvore cheia de florezinhas cor-de-rosa vibrante à porta.

Qual não foi minha surpresa quando essa mulher, Cristina, me contou tantas e tantas histórias sobre a tal casa.

E aí eu percebi mais uma vez como o ser humano é um universo imenso.
E como eu adoraria ter vivido todas as aventuras e histórias de todas as pessoas.

E ela me contou os detalhes mais sentimentais, a história do bairro, o banco de tijolos em que a mãe dormia e, quando o pedreiro desfez o banco de tijolos, a cada marretada ela chorava chorava e chorava a ausência da mãe - e, nesse dia, foi se despedindo aos poucos daquela casa - que ela quer transformar em um prédio (já todo projetado pelo marido arquiteto - dois apartamentos por andar, dois quartos, sala, cozinha...)

E me chamou pra tomar um café com ela em sua loja de móveis. Qualquer dia eu vou lá, com um gravador, é claro. Não quero perder nenhum detalhe de nenhuma história que ela certamente vai me contar.

A vida é extremamente fascinante. Que desperdício ficar preso sofrendo dormindo chorando dentro de casa. Que desperdício.

[...]

Então eu fui caminhando subindo a rua infinitamente, sentindo o sol gostoso desse domingo aberto na minha pele fria de nunca sair de casa pra sentir o sol, e pensando em trinta milhões de coisas que eu nem sei mais quais eram - estava muito muito absorta na história da Cristina, da casa, das origens do bairro, do apartamento em São Mateus que nunca era terminado, das guerras de mamonas e bolas de meia, da gravidez, da clareira no meio da Amazônia, das vinte e quatro jóias que foram vendidas, e as cascatinhas que desapareceram (e só sobrou a artificial)... Muita história, muita história. E eu com a minha história da madrugada - a sequência de prazeres que one should always try, a minha aventura particular. Viver é muito louco.

2. O bom humor

Dá pra saber claramente quando eu estou de bom humor não por qualquer agitação evidente, mas porque eu tive energia suficiente para sair de casa e ir explorar um lugar em que eu nunca havia ido. Subi a rua em que eu moro inteirinha, fui em cada recôndito, reparei em cada prédio, tive vontade de morar em todos eles - essa experiência em um pequeno universo me fez sentir que eu tenho vontade de habitar o universo inteiro, experimentar absolutamente tudo, e em como eu sou pequena diante de um mundo tão enormemente amplo (que angústia pavorosa). Que mente assustadora e inquieta que eu tenho. Eu quero habitar todos os cantos em que haja beleza.

No caminho, eu e Meg conhecemos o Bernardo - uma criança linda linda de dois anos de idade, que encostava a mãozinha nos pelos da Meg e repetia várias vezes, "ela é macia!". Caminhamos longamente rua acima, numa rua secundária que se abre ao fim da minha rua - e a vontade de conhecer tudo e habitar tudo permanecia em cada passo. Que vontade de entrar em todos eles, conhecer a configuração de cada cômodo, e imaginar tudo aquilo sendo habitado, toda a vida que aconteceria lá dentro (eram muitos prédios recém-construídos, esperando pela vida acontecer lá dentro).

(Uma coisa que me angustia: não conhecer todas as habitações por dentro. Cada prédio novo em que eu entro é um novo espaço mental criado. É por isso que viajar é essencial. Como as grandes navegações não devem ter sido espetaculares no sentido de abrir um novo espaço mental para toda uma civilização!)

3. Tempus fugit (again)

É uma máxima do arcadismo, mas acho que eram os barrocos que sofriam mesmo com esse sentimento. Acho que todas as pessoas que pensam um pouquinho além do comum acabam sofrendo, em algum momento, com isso. E o carpe diem é muitíssimo mais simples do que a gente imagina. Como o mundo é mesquinho - se as pessoas soubessem como é fácil ser feliz, ninguém desperdiçava a existência com sentimentos doentios (falo isso pra mim mesma também, eu preciso me lembrar disso com mais frequência).

4. Freedom

Estava pensando como essa palavra expressa muito melhor o sentimento do que "liberdade" - porque FREEDOM é -DOM - o estado de ser livre. Freedom expressa com muito mais inteireza o sentimento absoluto de estar livre.
E eu que estava presa por tantas correntes
Tantas prisões de insegurança
De culpa

CHEGA. Eu quero absolute freedom.

(Por mais que isso seja uma falácia gigantesca. Agora, por exemplo, eu só queria pegar um ônibus até o Rio de Janeiro, ir pro Aeroporto do Galeão, escolher qualquer país desse planeta e ir embora abrir mais espaços mentais. Descobrir a beleza de qualquer canto desse planeta. Mas até a liberdade é uma coisa relativa.)

Eu não sei dizer tudo o que isso foi,
Eu suspeito levemente de que eu deveria agradecer,
Eu não quero contar tudo, até porque eu não entendo tudo,

"E eu sou tudo o que eu digo. O que eu não digo é o que eu não entendo de mim."

Obrigada, Deuses, pela oportunidade de estar viva,
E por ter a capacidade de saborear uma gota do oceano-universo do outro,
E me sentir mais viva comigo mesma
Para poder desfrutar e acrescentar ao meu universo o universo do outro.

Depois de escrever tudo isso eu talvez tenha tirado um peso mental muito grande de mim,
Mas eu não quero prosseguir meu dia de forma mesquinha,
Porque tudo vêm sendo tão profundamente belo
(Mas a graça da beleza está na sua impermanência, como já constatei)
ARGH, como é difícil estar viva!

"Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!"

E olha que eu nem contei qual foi a minha aventura,
Para qual eu acenderei um incenso e agradecerei profundamente aos Deuses, com toda a religiosidade de que eu dispuser,
Porque o outro é tão fundamental quanto nós mesmos para nos conhecermos e, assim, conhecer aos Deuses e o universo (como diria o oráculo de Delfos).

(Quem atualmente consegue entender a beleza de tudo isso?
Algumas pessoas são extremamente raras.
Eu não tenho como não agradecer.)

Deuses, obrigada por estar viva,
E por ter a capacidade de me entender e me perdoar e me lançar à vida
Às vezes com medo, às vezes sem medo,
Seguindo em frente either way.

(Ser religioso está muito longe de frequentar uma igreja,
É só viver, e captar a essência da vida, que tudo se transforma numa infinita cerimônia.
Amém.)


Relógio

Cassiano Ricardo

Diante de coisa tão doída
conservemo-nos serenos.

Cada minuto de vida
nunca é mais, é sempre menos.

Ser é apenas uma face
do não ser, e não do ser.

Desde o instante em que se nasce
já se começa a morrer.


(Tempus fugit é exatamente tudo o que eu queria expressar. Mas sem lamentar apenas. Não sei se eu me fiz entender - nem pra mim mesma. Mas tudo isso é tão sincero quanto uma mente permanentemente ocupada de pathos e com tantos lapsos de memória pode exprimir.)

(Deixa eu postar isso pra eu parar de escrever senão eu não vou parar nunca mais, rs)
(Pra eu ter ficado tanto tempo sem escrever, eu estive infértil e infeliz por tempo demais. I feel so freaking alive!)

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Nós

As pessoas
Somos tão mesquinhas, medíocres e miseráveis.

Deuses, por favor,

Me tirem a possibilidade de sentir sem passar pelo estrito crivo de uma claríssima razão.

domingo, 26 de abril de 2015

Tomorrow

Oh, baby, don't let me down tomorrow,
Holding hands we both abandon sorrow,
Oh, for a chance to get away tomorrow.
Meu pai no exército, primeira noite na enfermaria. Numa brincadeira entre colegas, um acidente - bota, meia e pé perfurados por um sabre. 1971 ou 1972.

É história demais pro meu coração curioso e sedento de raízes.

Ah, se eu fosse registrar essas histórias todas, levaria uma vida para isso. Mas valeria totalmente a pena. O amor pela literatura está em todas essas ressignificâncias das coisas aparentemente banais.

Já sei por onde começar:

Deuses, muito obrigada por eu estar viva e ser quem eu sou, com sensibilidade para perceber os encantos da vida, por ser rodeada desses encantos.


As histórias da minha avó

Poderia ser um livro da Jane Austen,
Poderia ser uma narrativa neo-árcade,

Mas são as histórias que eu escuto de vez em quando - quando eu finalmente consigo estar em casa para uma refeição decente. Tanta coisa se perde nessa correria da nossa mesquinha vida adulta.

Em breve, as narrativas (mais ou menos) completas de:

- Os três namorados, a dona Minervina e as espiadelas pela greta da janela;
- O Zé da Mandioca e as lembranças de Guarani;
- O locutor de rádio que anunciava os nenês que estavam por vir.

As musas da narrativa oral podiam me auxiliar a dar todas as cores e emoções que a minha avó imprime em cada detalhe dessas histórias e de tantas outras. Há memória e devaneio tão perfeitamente relacionados que, enfim, eu entendo a estética e a importância da contação de histórias. Sem técnica, sem encenação, narrativa pura e simples, contada por uma mulher que tanta coisa viu e ouviu, tanto chão pisou, tanto riu e chorou e viveu intensamente (as minhas raízes são tão, tão lindas!).

Quantas pessoas têm o privilégio de se sentarem junto aos seus anciãos e mergulhar nos tempos idos, acontecidos muito antes de seus pais pensarem em vir ao mundo?

Deuses, há tantos privilégios que eu tenho nessa vida que eu sequer sei como devo começar a agradecer.

(E se a gente investiga, as coisas se tornam cada vez mais profundamente belas. Minha vó tem uns vasos de cimento compridos em que, de vez em quando, brotam as flores mais lindas do mundo - elas surgem em um pendão, e desabrocham em cores vibrantes. A última era um violeta profundo e aveludado. Ela presenteia as pessoas com essas flores - minha mãe e meu pai, geralmente. Qual não foi a minha surpresa quando fui pesquisar sobre essas fatídicas flores [que ela chama de palma] e descobri que seu outro nome é gladíolo, pequena espada, com que, acredita-se, os gladiadores vitoriosos eram presenteados. Eu não sei nem dizer o quanto isso é lindo. Eu nem sei dizer o quão lindo é morar com uma senhora que cultiva flores e presenteia as pessoas com elas [homenageando-as pelas suas pequenas grandes vitórias cotidianas]. Há tantos privilégios que eu tenho nessa vida que eu sequer sei como devo começar a agradecer.)

Eu tentei postar uma foto da palma aqui, mas o blogger não quer deixar, então fica aí o link que vai levar às informações que eu encontrei: http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A64gladiolos.htm 




segunda-feira, 20 de abril de 2015

Algumas perguntas (ou o maior dos elogios)

Quão extrema é a experiência de conversar com alguém que te faz ressignificar todas as palavras utilizadas?

Retirar tudo o que há de banal em seu sentido,
Porque o banal não nos cabe - é ridículo, irrisório e, portanto, totalmente dispensável.

Será possível mensurar o abismo aberto pela necessária ausência do banal?
(O quão apavorante é encarar esse abismo?)