quinta-feira, 28 de maio de 2020

Do dia 28 de maio mesmo

Quem dos meus amantes efetivamente me amou?
E quando foi que eu efetivamente amei
E não somente quis ser amada?
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[19 de abril]

Arte de amar

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

[Manuel Bandeira - encontrado nas anotações de 19 de abril, mas Gilvan já plantou esse poema na minha mente desde bem antes.]

[13 de abril]

Cada pessoa me faz enxergar um lado de mim
Mas qual lado de mim eu vejo com os meus próprios olhos?
Quando eu olho pra dentro, sem tentar materializar ecos de outras pessoas a partir das fantásticas imagens das minhas fantasias
O que é isso que eu vejo? Que está preenchida
De vazio
Escuro
e frio?

{Existe alguma possibilidade de que eu não saia destruída do encontro com o Outro?}

[15 de março]

Every boyfriend is the one
Until otherwise proven
The good are never easy, the easy never good
And love, it never happens like you think it really should
Deception and perfection are wonderful traits
One will breed love, the other, hate
You'll find me in the lonely hearts
Under "I'm after a brand new start"

(Homewrecker, by Marina and the Diamonds)

[26 de janeiro]

"[...]
O mundo! O que é o mundo, ó meu amor?!
O jardim dos meus versos todo em flor,
A seara dos teus beijos, pão bendito,

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços...
São os teus braços dentro dos meus braços,
Via Láctea fechando o Infinito..."

("Versos de orgulho", Florbela Espanca)

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Ø  “Se a relação sexual se mostra como uma relação social de dominação, é porque ela está construída através do princípio de divisão fundamental entre o masculino, ativo, e o feminino, passivo, e porque este princípio cria, organiza, expressa e dirige o desejo – o desejo masculino como desejo de posse, como dominação erotizada, e o desejo feminino como desejo da dominação masculina, como subordinação erotizada, ou mesmo, em última instância, como reconhecimento erotizado da dominação.” (BOURDIEU, 2014, p. 30)