domingo, 25 de junho de 2017

A quarta Rainha, parte II

Não sei exatamente onde tudo isso vai parar, se vai parar, quando vai parar.
Ela me disse, "paixões duram uma média de 6 meses em termos de bioquímica".
Ela me confortou de tantas maneiras
E adicionou um brilho tão belo aos meus dias,
Que eu nem sei se sei escrever sobre ela,
Porque ela só me traz beleza, não tem absolutamente nada de ausência.


That's why I said a bit earlier:
Everything I wanna write about today is you.

Mas não por qualquer motivo outro que não seja essa intensa necessidade e a impossibilidade imposta interna e externamente de falar com você.
Ontem te procurei entre os rostos e os sons das ruas. Escuridão e silêncio.
Te procurei entre as fotografias analógicas dessa vida que circula pelos circuitos adversos da cidade.
Invariavelmente: nada.
Pode ser que o distanciamento, que por enquanto não poderá ser absoluto, seja uma estratégia de sobrevivência. Mas eu não tenho conseguido lidar muito bem, como você já pôde perceber.

I miss our early times, I miss them so bad.
Arrependimento ainda é uma emoção que me provoca reflexões paradoxais.
Não consigo me definir. E isso abre continuamente um buraco no meu peito marcado pelas aventuras atuais.
(Essas que, a despeito da minha tentativa de suprimir a vertigem que você me causa, contaram com um contato ínfimo, rancoroso, cheio de esperança e mágoa.)

Mas, bem,
Eu tenho estado ocupada em tentar me divertir, também.
[Mas se isso não é ausência, como escrever?]

terça-feira, 20 de junho de 2017

A quarta Rainha, parte II

Com alguma frequência o meu subconsciente projeta
Em seus momentos de suspensão de uma pseudoconsciência
E quando teoricamente estou em estado de relaxamento

você

Todo pequeno e gracioso em sua fúria contida
Em sua confusão mental-emocional-pessoal
Tantas certezas e tantas dúvidas em iguais proporções

Conversamos sobre amenidades
Passo as pontas dos meus dedos entre os seus cabelos
Você se aninha no meu corpo com receio
Roça de leve minha nuca com o nariz
E eu arrepio, fácil, simples

Você fala longamente, insano, cínico,
Todo o caos em oposição ao calor
Of you against me so quite new a thing
Quero e não quero saber
Mas sei de uma coisa que quero:

your lips kissing my neck
so softly and gently
your hands grabbing my back
exasperated, aggressively

Penso e sonho você
And just let myself melt away...

quarta-feira, 14 de junho de 2017

A quarta Rainha

Memory, please,
Let me just not forget of telling him this:

I had a delicate dream with you
and I know exactly what it means.
we were talking and laughing and having
a sweet kind of fun
in a place full of people I love
in a feather-light way
(and you were so much a part of this).
We had delicious conversations
and long walks around some hand-made stuff on sale
I said,
"Essa bonequinha parece mais uma baianinha do que uma Frida!"
E você sorria, e havia
Os cordões de linha branca com pingentes de biscuit
And when you had two of them in your hands
(Os pingentes eram iguais:
Um hibisco vermelho com um miolo muito amarelo)
And gave me one, gently placing it around my neck
And wore the one that was yours
I felt an extreme kind of happiness
That does not exist in those extreme situations
that I have been going through these days.

"Eu não posso fazer isso"
"Eu sei que não. Eu quero, mas sei que não".
And being with you
and having that piece of you with me
It was not only enough
But the most perfect thing I could have from you:
An entwining.

[Perfeitamente simbolizado na nossa breve dança
Em que girávamos
in a dramatically dazzling way
E tão perto, e perto o suficiente
For me to not want anything else than that.]

Assim eu finalmente
fi nal mente
Acordei um pouco mais em paz.

terça-feira, 13 de junho de 2017

A quarta Rainha

Pareceu um imenso pesadelo.
As imagens analógicas vindas da decadente sala de projeção.
Os respingos azulados da tela decomposta.
Copos e mais copos e mais copos.
Pausa para respirar.
fala fala fala fala fala fala fala fala
E eu escuto, impassível,
The lady I was always meant to be.
"Vou embora."
Sem olhar para trás,
Com a cabeça enevoada e rotativa,
lágrimas lágrimas lágrimas lágrimas
Uma madrugada extremamente fria,
Uma noite anormalmente longa,
Nightmares with big round eyes wide open.

Ainda a lembrança de um perfume suave,
Esse cheiro de expectativa que não se cumpre,
Que se decompõe no acre odor da frustração.

Mais lágrimas, muitas lágrimas,
A tristeza é dor infinita.
"Cárcere infinito - porque és infinito, não se pode fugir de ti!"

Nos dias seguintes, foi impossível definir o que foi real do que foi pesadelo.
E assim prosseguimos.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

A quarta Rainha

[Primeiras horas do 04 de junho, o dia em que eu consegui me levantar antes das 14h]

As redes sociais me relembraram de uma citação muito bela que eu li há alguns anos nessas mesmas redes sociais.
Busquei a fonte para não fazer nenhuma referência equivocada. A Internet tem dessas facilidades. Não foi difícil em absoluto.
"Apaixonar-se é criar uma religião cujo deus é falível".
Foi mesmo o Borges quem disse isso. Está registrado no "Nove ensaios dantescos & A memória de Shakespeare" (sem a possibilidade de deixar a página, me desculpe).

Sofri com o pensamento ao me reencontrar com essa ideia. Quase 7 anos depois, como curiosamente pude constatar.
Da primeira vez, sofri autenticamente com o meu coração ainda mais juvenil.

Hoje, despida em partes de algumas ilusões, tenho a possibilidade de avaliar os conceitos de forma mais objetiva
(Eu, que estou me esforçando por parar de me iludir e de sofrer com as bilhões de fantasias que espontaneamente brotam nessa minha cabecinha adoecida).

Essa citação tem três palavras que evocam ideias e conceitos de que eu gosto profundamente:
1. Apaixonar-se;
2. Religião;
3. Falível.

(Já venho elaborar a ideia, me dê algumas horas para descansar e eu te conto o quanto que isso tudo continua fazendo tanto sentido, só que de maneira diferente.)

[Existem pessoas que não nasceram para serem levadas a sério. Talvez eu seja uma dessas pessoas - ou talvez seja assim a forma como eu me diminuo diante do mundo. Me parece uma definição bem precisa.]

Depois do descanso, me dá uma imensa preguiça de pensar em elaborar isso tudo.
Talvez porque eu já tenha me decidido a liquidar esse assunto.
E talvez por isso eu já queira revisar tudo o que foi dito, para temperá-lo com o máximo de ficção possível.
Afinal, o que eu ganho e o que eu perco, objetivamente,
Ninguém precisa saber.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

A quarta Rainha

[02 de junho]

Aprecio imensamente o silêncio.
O exterior caótico faz da minha mente algo ainda mais perturbado do que o normal.
(Gostaria de compreender de onde, exatamente, veio essa perturbação “normal”.)
Em silêncio eu escuto os carros passando na rua de trás, escuto os cães que latem pela vizinhança
Escuto os meus pensamentos, o meu coração batendo, quase como se quisesse fugir,
O chiado dos meus tristes pulmões asmáticos e tabagistas.

Uns dias aí para trás, deixei escrito no aplicativo de notas do celular:
“Perdoar-se é o primeiro passo para perdoar.
Dentro de uma [...]”
(No dia 31 de maio, esse mês interminável.)

Estava no ápice de um momento de ansiedade profunda e descontrolada.
Não continuei a escrever, mas ia dizer da questão do perdão dentro dessa tosca moralidade cristã.
Não sei exatamente em que estava pensando,
Mas o fato é que rondava pela minha mente uma imensa sensação de culpa
E, já que eu não conseguia desarticulá-la de forma racional
(Como me ensinaram uma vez),
Provavelmente eu queria combater a culpa com o perdão
(Dentro dessa tosca moralidade cristã).

Em alguns dias o sol finalmente despontou no céu,
O que me nutriu de luz e da lembrança de alguma alegria.
Mas as nuvens internas estão em trovoada,
Jorrando tempestades geladas,
Não me deixando me abrigar em mim.

Silenciar me faz isso, isso de ter condições de traduzir os sons internos, isso de querer me curar fazendo essa tradução. Se não for efetivo por completo, talvez ofereça um breve alívio.
(Os cigarros estão proibidos. Mandar mensagens também. É necessário estar saudável e em paz, pelo menos por alguns momentos.)