sexta-feira, 23 de abril de 2010

Não precisa ler. Sério.

A noite com cheiro de fumaça me invade - corpo, alma, coração. Me sufoca, por dentro e por fora.
Não é necessário mais de meia dúzia de palavras sérias para que o mundo pareça ruim e cruel.
Não é necessário mais do que três minutos de imagens reais para o mundo parecer uma infinita barbárie.
Não é necessário mais do que um segundo de hesitação - logo caio na preguiça e durmo, e deixo coisas importantes para trás. Ou prendo-me em qualquer ilusão ainda mais inútil, e a minha sensação é a de querer fugir. Fugir da vida. Fugir da miséria cotidiana à qual voluntariamente me lanço.

[...]

Agora eu estou triste, e essa tristeza é uma conjuntura de fatores. Não há nada concreto para atribuir qualquer culpa. Culpa, culpa, culpa. Essa palavra é a que mais dói, é uma das mais tristes que existem.

[Nada disso precisava ser "real".]

E é engraçado como as coisas, os sentimentos, as sensações, tudo muda de lugar com muita facilidade. Não é assim com todo mundo, mas é assim comigo. Isso não me agrada nem um pouco.
Mas como é que eu vou me cobrar mudança, se eu só sei querer a perfeição impossível?

I need a change...

Eu queria, na verdade, umas férias de mim mesma. Acho que seria bom descansar de mim. Acho que seria bom fingir não precisar voltar à minha vida.

Acho que eu quero ir embora daqui.

Daqui onde? Não sei, especificamente. Talvez uma mudança simples já gerasse o efeito desejado. "Aqui" seria a rotina, "aqui" seria o dia-a-dia. Mas eu não mudo, não consigo mudar... Ainda.

Mas nenhum "ainda" cabe aqui agora, porque nenhuma esperança cabe aqui agora. E quem lê e se preocupa, esqueça disso. Não precisa se preocupar. Daqui a pouquíssimo eu estarei bem de novo. Mas é que agora eu estou triste, e só escrevendo eu consigo desafogar as sensações ruins.


Nem me julgue por isso, nem brigue comigo, nem me repreenda porque eu estou divulgando maus sentimentos. Todo mundo se sente assim em algum momento da vida. Eu só preciso compartilhar. That's it.


Beijos, sejam felizes, até mais :*

domingo, 18 de abril de 2010

Contando as novidades :)

Eu só estou postando porque faz muito tempo que não escrevo, e escrever me faz bem. É minha maneira de ser feliz.
Muitas coisas aconteceram, muitas coisas têm acontecido, e eu não posso me dizer triste. Graças aos deuses, não mais.
Agora eu estou em BH, na casa do meu tio, e o pessoal aqui é extremamente amável. É muito bom estar com pessoas que te tratam bem.
Tem bastantes coisas a respeito dessa excêntrica viagem no meio do período de aulas... Vamos às considerações primeiras, e depois cheguemos ao motivo principal.

[..]

Nossa, eu nunca tinha viajado sozinha. A sensação é bem esquisita. Dá uma sensação de liberdade e um vazio simultâneos... A paisagem de JF pra BH é muito muito bonita, parecia um verdadeiro quadro. Vi nuvens que pareciam formar um móbile, pela primeira vez as percebi nitidamente em três dimensões... Algumas pareciam montanhas de gelo, eram tão belas! Na terra havia umas certas elevações que pareciam braços verdes estendendo-se sobre a planície, tudo muito verde, tudo muito vivo; é um contato incomum com o mundo. Acabei por dormir durante a viagem, infelizmente, porque o meu encantamento e ansiedade estavam surtindo seus efeitos colaterais.

Viajar é algo que nos ajuda a expandir, literal e metaforicamente, os horizontes. Parece que conseguimos perceber as coisas de maneira muito mais ampla, parece que conseguimos abarcar com muito mais facilidade certos conceitos... É realmente benéfico. Espero que eu consiga viajar ainda muitas e muitas vezes, sem depender de nada nem de ninguém.

Acho que eu quero, mesmo, é essa sensação de crescimento e amadurecimento, que é assustadora e prazerosa. E quero muito VER o mundo. É tudo bonito demais para que não apreciemos.

[..]

E por que eu vim?
Caaaara, eu vim ver o Placebo.

[Sim, eu tirei essa foto do Brian Molko *-* ELE EXISTE, CARA!]
[Tirando certos problemas de ordem inexplicável que não permitiam que a maioria das fotos do Brian saíssem nítidas, e as do Stefen saíssem perfeitas, tudo deu certo.]

É uma coisa que ainda parece meio irreal, meio onírica... Fui no show da turnê do Battle for the Sun. Minha garganta ainda dói do tanto que gritei... Gritei desesperadamente, cantei desesperadamente, e a leveza que senti é inefável. Ouvir Special Needs e Soulmates, Never-ending why e For what it's worth... Nada paga. É uma sensação esquisitíssima, decerto, mas deixou uma nostalgia precoce. Eu mal posso esperar por ir num show tão magnífico como esse novamente. Mal posso esperar para ver meus sentimentos concretizados de novo. É como se eu tivesse certeza de que as coisas não são tão abstratas quanto pensamos. É que eu ando com uma necessidade séria de perceber a realidade das coisas, e essa experiência me ajudou muito. O Brian escreveu e cantou as músicas que muitas vezes me traduziram, e isso tem uma importância muito grande para mim, por mais que muito do que ele representa hoje pertença ao meu passado. Mas há certas coisas em nós que nunca morrem, porque nos compõem.

[..]

Eu pude não me importar com os meus problemas... Eu só consegui pensar nas pessoas as quais gosto, e que talvez quisessem compartilhar comigo aquele momento - tanto que gravei alguns vídeos com pedaços de músicas que me remetiam a essas pessoas. Nada de ruim me assombrou, nada triste me assolou... E essa é a melhor sensação do universo todo, de todo o universo mental e sentimental. Mas sei que a euforia passa, a alegria passa, e nós temos mesmo é que procurar pela felicidade real e perene. Mas eu não vou me preocupar com isso por enquanto...

[Por enquanto, não vou me preocupar com nada. Aliás, eu nunca mais quero me preocupar. Só vou me importar com o que realmente vale a pena - tentarei fazer isso, na verdade. Não há por que minha empreitada dar errado, eu acho. Eu espero.]

[...]

Esse final de semana foi mágico, renovador - voltarei para a rotina com muito mais coragem de encará-la. As coisas andavam bem difíceis, mas agora eu sei que a alegria não é tão impossível assim, e isso me motiva. Na verdade, eu não sei bem o que esperar do mundo e da vida, daqui pra frente. Mas não quero esperar mais nada, vou deixar que as coisas aconteçam, porque afinal nada depende das minhas expectativas.

Enfim.

[As expectativas estragam as emoções. Isso é um fato.]
[Estranha sensação de torpor, essa. Eu não estou podendo ouvir Placebo - dói.]
[A realidade podia ser bonita, assim, mais frequentemente x) (Como se isso não dependesse única e exclusivamente de mim...)]
[Enfim!]

[..]

Acho que eu nem cheguei a comentar sobre a faculdade, certo?
O meu curso é lindo, exatamente o que eu queria para a minha vida. Não há maiores considerações sobre isso... Nada é perfeito, mas o meu curso tem um grau satisfatório de quase-perfeição. E não me venham falar que logo eu irei odiá-lo, deixem-me ser feliz em paz.

E, ah, eu não vou continuar o "As cores". Há coisas mais importantes no momento... Mas eu não deixarei de escrever. Afinal, isso me faz feliz, e ser feliz é algo importante - e urgente. Quem sabe um dia, quando eu finalmente desbloquear a minha criatividade? [Mas será que isso é realmente necessário? Talvez nem seja.]

ENFIM.


Sejam felizes, voltem sempre! :*