sábado, 10 de novembro de 2012

Há mais de um ano...


Told myself that you were right for me
But felt so lonely in your company
But that was love and it's an ache I still remember...

Now you're just somebody that I used to know. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Quero-te para sonho


Eu só queria ficar respirando perto de você.

Receita fácil pra felicidade:

1 metro cúbico de ar = 10 horas de perfeita iluminação interior.

Ainda me perguntam por que ando tão radiante.

Mal sabem eles.

Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar
.

A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser
.

Dorme, dorme. Dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir
.

Fernando Pessoa

Eu te guardaria numa caixinha, colocaria na minha estante, e não deixaria ninguém abrir, pra não correr o risco de ter que te dividir.

[Será que eu ouvi algo parecido com isso hoje?]

Esse é um devaneio super comum, mais do que você imagina. Obviamente.

Toda noite eu abriria, sonharia sonharia sonharia, e dormiria tão leve quanto a mais leve das plumas.




O engraçado é ler isso, quase me arrepender de ter escrito porque, quando leio, parece tudo tão mentiroso!
É uma necessidade de sentir que não faz o menor sentido. Ou faz. Mas tanto faz.

Só quero respirar um pouquinho, de vez em quando, perto de você.




UPDATE: um adendo.

[...]
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela. 
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.  
Alberto Caeiro

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Coisas de que eu gosto:



- viajar
- janelas
- ônibus de dois andares
- pinguins
- toddynho
- esmaltes glamour
- esmaltes discretos
- echarpes
- livros de fácil leitura
- poesia
- filosofia
- mandar mensagens de texto
- receber mensagens de texto
- pessoas que se importam
- joaninhas
- perceber o quão adaptável eu sou
- árvores
- adrenalina, mas em doses homeopáticas
- tentar entender as pessoas
- dizer "isso é sintomático"
- as palavras "cabreiro", "gastura" e "sinistro"
- PIZZA
- o meu cabelo grande, quando ele fica bonito
- Maroon 5
- ouvir músicas que me deixam feliz
- ouvir músicas que me deixam pensativa
- cores
- romances
- conquista
- reciprocidade (ela é raríssima)
- torta de limão

etc

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tipo isso.


Psicografia
Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera e digo
do coração: não sou e digo
a palavra: não digo (não posso ainda acreditar
na vida) e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto

Ana Cristina César






Eu sou tudo o que eu digo.
O que eu não digo, é o que não entendo de mim.



E se você tivesse a mesma sinceridade?

domingo, 22 de julho de 2012


Talvez um estado alterado de consciÇencia me ajude a escrever
Não que eu resalmente esteja querendo/precisando
Eu não quero mais equecer o que eu fiz
eu jur nunca mais ser tão irrepsondáivel
ele me disse, você não vai mais escrever blahblahblah

EU NÃO QUERO NUNCA MAIS ESCREVER


Isso não vai me levar a nada
nem trazer pra mim aquilo de que eu preciso.
Ele
Ele
Ou ele.


ISHAUISUIASUIAUHSIUAHSIUAUISHAIUHSUHASIUUISAIUSUIASAUISUAUSAUHSAUISUHAUSAUISUIAUSIA


não que eu de fato precise, eu sei que não



MAS TÁ UMA DROGA DESSE JEITOI




ó, karma


por que eu preciso passar por isso}?








Um beijo pra quem não é recalcado que nem eu.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

O que [2]

eu posso fazer para arrancar essa agonia venérea do meu peito?
Cravar minhas garras no coração,
Sangrá-lo profundamente,
Fazê-lo pulsar entre os meus dedos,
Dilacerar seus pedaços podres,
Guardar de volta o restante dos trapos.

Batendo fracos, fracos,
No fundo escuro de alguma câmara interna demais para ser alcançada.

[Se eu ao menos conseguisse falar com você!]


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Hoje [2]

constatei uma coisa triste, triste.
Já estava com raiva porque
"aheuoconheçotãomalpassamosumbomtempojuntoseelenuncamecontavaascoisaseusequersoubequalonomecompletodeleblahblahblah"
Na verdade, eu que havia esquecido.
E isso não seria tão ruim
Se as lembranças que circundam o fato esquecido não fossem tão doces.

Everything fades away.

terça-feira, 1 de maio de 2012

O que

me deixa com muita raiva é que é sempre assim.
Pra quem eu conto que eu estou com raiva?
E é sempre assim.
Eu escuto só as agruras dos outros.
Quando eu estou triste ou feliz, dane-se.
Quando os outros estão tristes, oi, Mayara.
Quando os outros estão felizes, tchau, Mayara.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Hoje

Nós dois tínhamos, juntos, um cheiro e um som metálicos, suaves.

Eu permaneço com infinita e exagerada doçura que, sem algo que a tempere e equilibre, está por azedar.

E não demora.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Hoje eu tava filosófica e me deu vontade de escrever


[Um número de repente, não mais que de repente (que nem no soneto de separação, altamente propício) se tornou obsoleto.]

Meu mau humor ao atender ao telefone - porque eu estava vendo um filme que estava me deixando perturbada,

E eu esperava que fosse outra pessoa do outro lado da linha.

E não era nada do que eu esperava,

E o que é mais engraçado, ou terrível: eu estava esperando.

(Quase escrevi "esperança" no lugar de "esperando",

Tem coisa mais triste que isso?)

Andei descalça pela Avenida Presidente Itamar Franco

(que raiva desse nome)

Porque o sapatinho azul brilhante estava me machucando e eu não tenho mais tanta paciência pra aguentar a dor pela estética.

Estava triste (ou não), chateada (talvez), pensativa (certamente),

E as pedrinhas que me machucavam os pés me tornaram ligeiramente mais filosófica.

Fiquei pensando em todo o absurdo da vida,

Como que uma pessoa vai pra um lugar ensinar uma língua pra outra pessoa.

Isso tudo é muito engraçado e muito maluco.

(Sabe? Nem é a MINHA língua. É só uma língua estrangeira que eu sempre amei, mas que não é a minha pátria, não é o meu lugar.)

Entrei no lugar em que se ensina a dançar balé,

E aí eu calcei o sapato para parecer mais civilizada.

Nada está dando certo porque a minha vida não está compatível com as minhas expectativas.

- Porque eu não faço isso acontecer, na verdade. -

(Pelo menos ainda tem alguém que me olha e me vê,

Pelo menos teve alguém que viu que eu estava olhando,

E olhou de volta.

Duas vezes.

Isso foi bem feliz.)

[Mas é só mais uma expectativa que a vida há de sabotar,

Porque as coisas têm que ser difíceis.]

Por que não acontece como nos filmes?

As pessoas se encantam umas pelas outras com tanta facilidade, e aí tudo acontece, e dá tudo certo, e é tudo lindo, e... e... e...

Me acalmei.

Não quero mais vícios nenhuns.

Só queria um e-mail que me dissesse que tá tudo certo, que me entende, e que acha graça no fato de eu ser ligeiramente (haha) perturbada.

As coisas podiam ser fáceis assim.

[Eu fui dar aula com uma mão pintada e a outra sem esmalte,

Me perguntaram, e eu respondi, com a maior naturalidade:

"Não deu tempo de pintar a outra."]

Ah, cansei.

Eu sempre me canso.

Antes que eu comece a dizer que eu estou cansada e enumerar o que eu queria e o que eu não quero mais,

Despeço-me.





Eu não quero mais despedida nenhuma.
Que droga.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A conquista da América, Tzvetan Todorov;
Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister, Johann Wolfgang von Goethe;
O som e a fúria, William Faulkner;
A costa dos murmúrios, Lídia Jorge;
O mundo pós-aniversário, Lionel Shriver;
A bolsa amarela, Lygia Bojunga


- Estou aceitando doações/presentes/dádivas/mimos, ou como preferirem chamar. :P

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Coisas que cansam

Ser surpreendida pela força invocatória das palavras despretensiosas;
Tomar chuva por muito tempo;
Chorar muito;
Tomar um milk-shake gigante e não aguentar comer o sanduíche e as batatas-fritas;
Ver filme com muito sangue e cabeças rolando;
Chorar mais, mas só um pouquinho;
Perceber que seu subconsciente é a coisa mais idiota da face da terra;
[Mas, ainda assim,]
Sofrer com uma sensação boa que foi apenas sonhada;
Sonhar com fugas intermináveis;
Acordar atrasada sem vontade de fazer o almoço.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

[...] [2] - ou "vontade de lembrar"

Tudo começou assim. - "tudo" = a esse blog, no caso.

Em 2008 eu tinha 17 anos. Não tão jovem pra quantidade de tolices que cometi - que incluem os erros de inglês nas minhas tentativas de ser legal.

Esse primeiro texto é muito engraçado. Ele foi oferecido de presente a uma pessoa. Acho que eu não tinha (nunca tive) muito senso de ridículo. Essa mesma pessoa teve outro texto como presente - aparentemente ele ficou lisonjeado, mas não acho que tenha tido vontade de entender. Só deve ter achado bonitinho. As pessoas adoram me achar meiga, impressionante. (É que eu tinha essa coisa de querer ser uma princesa, mas isso era, e é, muito conflitante.)

Não que eu não goste disso, ou não ache legal. É bacana ser meiga. E é melhor deixar as pessoas pensarem bem de mim, não quero atrair mais problemas pra minha vida. Mas eu tenho que me redimir comigo mesma, por mais que agora seja hora do movimento, e não mais da redenção. Redenção será palavra de ordem por toda a minha vida. Eu sou assim, trágica - Melpômene que o diga.

O lance é que eu demorei a aceitar que todo o mundo tem não dois, mas vários lados - e eu também. Então eu posso ser simultaneamente, entre outras coisas, meiga e perversa - e eu sei que eu sou. Eu sempre fui perversa. A maldade é uma coisa muito típica de pessoas... comuns. Acho que eu sou uma pessoa comum. Espero ser. Nunca tive grandes expectativas de ser especial(isso é mentira). Todos são especiais - e, ao mesmo tempo, comuns. Não me lembro de quem partilhou essa filosofia d'Os Incríveis comigo, mas foi alguém que, naquele exato e especial momento, me entendeu. Ainda que superficialmente - porque sempre é assim, não tem jeito. Mas é legal ter uma comunhão com alguém, quem quer que seja, da maneira que tiver que ser. 

[E eu não sou necessariamente religiosa porque eu usei a palavra "comunhão" (ver definição 4), assim como usei "amém" outro dia. Ora.]

Aí está uma parte da minha maldade, da minha perversidade. Disse outro dia que librianos não prestam. O que é isso, minha gente? É claro que librianos prestam. Assim como todas as outras pessoas de outros signos. E assim como o resto, os librianos também são perversos. Não sei se há mesmo uma predisposição natural para a maldade de acordo com os astros, ou se todos são uns crápulas, mesmo. Sei que eu sou assim, e todo mundo deve ser à sua maneira, também.

Mas eu sou assim, crítica, perfeccionista. E eu não me importo muito com as pessoas quando elas me dão o direito de não me importar. Principalmente quem me estima - são os que mais sofrem com a minha canalhice. Pilantra. Me chamaram assim outro dia. Foi de brincadeira, mas eu sou mesmo uma pilantrinha. "Pessoa finória, enganadora". Engano, aí as pessoas gostam de mim, e quando elas começam a gostar elas gostam mesmo, e quando elas gostam mesmo eu me dou o direito de pisar pisar pisar na pessoa, porque eu não tenho que aturar as imperfeições dela. Isso é o que eu chamo de maldade.

"Arre, estou farto de semi-deuses!

Eu sou o contrário - eu procuro semi-deuses. Aliás, eu acredito, inconscientemente - às vezes não - na existência deles. Me disseram uma vez que Vênus (a deusa que rege o meu signo) era, entre outros, símbolo da perfeição. Isso me maltrata, viu? Porque a perfeição é um mito em que eu acredito piamente. Mas, assim como os outros mitos, a perfeição não existe na esfera humana. Isso é só um símbolo. Que eu me recuso a aceitar como tal.

~

Estava me lembrando de várias coisas enquanto sentia a água do chuveiro bater nas minhas costas.

[Pensei no ridículo desse texto agora. Fui me comparar com casos parecidos. Percebi que sou ridícula também. Mas eu não faço isso sempre, nem estou obrigando ninguém a ler essa baboseira toda, se não quiser. Blogs são pra isso, afinal - pra gente escrever o que quiser e as pessoas lerem se quiserem.]

[Eu não entendo as pessoas que sofrem do mesmo eterno mal. Pessoas que supostamente não têm lá grandes motivos para reclamar do que reclamam. Não publicamente, pelo menos. Isso é o que eu chamo de falta de noção.]

Me lembrei de uma menina que estudou comigo, dos meus 13 até meus 15 anos, mais ou menos. Ela era mais meiga que eu. E mais inocente. Era chatinha, tadinha. Tinha uns problemas de auto-estima, e uma grande necessidade de se incluir. Ela gostava de mim. E eu sempre fui excludente. Ela era meiga demais pra gostar de After Forever, eu pensava. Eu e a minha arrogância, meu sentimento de superioridade. Quem é essa menina chatinha pra querer gostar da minha banda de metal das trevas? Essa menininha tão meiga, tão cheia de coraçõezinhos e estrelinhas e diminutivos, ela não tem o direito de gostar da minha banda favorita. Olha aí a minha crueldade. Isso é porque eu supostamente deveria ter sido sempre meiga. 

Aí eu levei uma facada nas costas de uma outra menina, não tão meiga assim, diferente de mim mas legal (é claro, eu sou a referência de perfeição, reles mortais! - não é isso, é que é natural a gente procurar pessoas parecidas com a gente. É a maneira não-auto-crítica de avaliar a situação.). Ela era minha amiga, eu pensava. Talvez ela até tivesse sido, em algum momento. Isso me dói até hoje. É um dos preços que eu pago por ser excludente e perfeccionista. As pessoas, de repente, não mais que de repente, também me excluem porque eu não sou perfeita. Bem feito, isso é pra você aprender a não julgar os outros. Essa menina, aos poucos, me virou as costas porque eu deixei de ser legal pra ela. Aí eu fiquei sozinha.

É uma sina minha ficar sozinha. Eu não tenho amigos de longa data que sejam, de fato, próximos. Isso é altamente sintomático (eu adoro falar que as coisas são sintomáticas, dá um ar de conhecimento de causa).

Me lembrei de outras duas coisas também.

Primeiro, de que eu sempre me esforcei demasiadamente para agradar aqueles que nunca me deram a mínima. Necessidade de conquista. Sempre errei a mão nisso, as coisas se tornavam obsessões. E eu nunca tive um amor-próprio suficientemente bom pra me regular. Aí dá no que dá: eu consigo enumerar, com memória límpida e clara, pelo menos uns seis casos em que eu quis que gostassem de mim, e não consegui. Se eu ficar pensando nisso, vão aparecer mais casos. Houve alguns mais sérios, é claro. Como o que me dilacerou tanto que esse blog é o que é por causa dele. Eu sempre lidei muito mal com derrotas, ainda mais essas que incluem o fato de eu ser aceita ou não.

[Estou tentando, com muito esforço, evitar nomes, pra não ficar mais pessoal do que já está.]

Segundo, de um garoto. Na sétima série, eu com meus jovens 13 anos. Tão novinha, tão bobinha. Se eu tivesse sido um pouquinho mais audaciosa, tinha aceitado o pedido do garoto mais fofo e legal do colégio, e eu tenho certeza de que minha adolescência teria sido muito mais divertida. Está aí um grande arrependimento. Mas eu estou lendo um livro que me diz o tempo todo que "nada do que não foi poderia ter sido". Eu posso até pensar que eu estaria me divertindo e sendo feliz com ele até hoje e tudo teria sido diferente e as várias decepções não teriam me conduzido a essa irremediável melancolia. Mas não foi assim, e não tem como ser, porque passou. Aguenta. Vira e mexe eu encontro com ele. Dá uma coisa ruim no peito. Acabou que eu fiquei encantada com ele pra sempre. Porque eu tentei sutilmente reparar o meu erro, e não consegui. Como eu já disse, não sei lidar bem com derrotas. Essa nem foi a pior de todas, porque eu não penso muito nela. É melhor não pensar.

Mas chega de reflexões por hoje.

[AAAAAAHH ele ainda tá com aquela vaca! - acabo de conferir.]

Boa noite.