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Hoje ele acordou com os olhos inchados, barba por fazer. Olhou para a janela - dia claro de verão. A cabeça pesava, doía. Cinco garrafas vazias; surpreende-se. Há uma mulher ao seu lado. Bela jovem dos cabelos claros, tez macia e alva...O que fizera na noite passada? "Meu Deus, já são onze horas, preciso me levantar! Segunda-feira; eu não devia ter saído ontem..."
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Hoje ela acordou um tanto quanto assustada. Abriu seus sensíveis olhos, e viu a claridade ao redor. As janelas abertas, roupas espalhadas e, ao seu lado, um rosto confuso e transtornado. Ela sorriu, meio inconsciente, feliz por vê-lo - mesmo que ele pouco se importasse com a sua presença. "Não sei se sonhei, se vivi, ou se tudo isso não passa de mais uma ilusão..."
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Ele a olhou, desconcertado. "Eu... Não sei o que eu fiz. Como isso tudo aconteceu? Ela... quem é ela?" Só mais uma.
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Ela o olhou; encantada. "Eu não posso acreditar; minha felicidade é tamanha que só deve ser mais um deleite efêmero, feito para que eu me envergonhe." Em si, mesmo diante da possível desilusão, ela continha uma esperança do tamanho do seu amor.
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Ele levanta-se, tropeçando nos objetos espalhados pelo chão. Visão turva, coração disparado, cambaleante. Suas lembranças são pequenas faíscas em meio à escuridão do entorpecimento. "Vou dar um jeito, tenho que parar de beber tanto." Vai ao banheiro, lava o rosto, olha-se no espelho. No reflexo, está ela, olhando-o com seus olhos brilhantes...
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Ela levanta-se, e caminha para a cozinha. Toma um copo d'água, senta-se e espera suas emoções se acalmarem. Seu coração transborda de alegria, e sua mente padece de medo. "Aceitei entregar-me sabendo de todas as minúcias do comportamento dele; mas, quem sabe, ele não se apaixona por mim?" Enrolada em lençóis, ela se veste e senta-se, agora, no sofá da sala, esperando-o chegar ao seu encontro.
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Terminando de se recompor, ele subitamente desperta da letargia. "Ela... A princesa, a santa. A única com a qual eu não deveria ter apenas me divertido; a única com a qual eu realmente deveria me preocupar, caso eu fizesse sofrer... Inevitável. Ela... Toda sedutora, com seu sorriso hipnotizante. Eu, tão fraco... O que eu faço, o que eu devo fazer? Como me explicar a ela?"
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Terminando de se recompor, ela afunda na maciez do sofá, alentada pela luz da tarde ensolarada. Uma música entra pelas janelas enormemente abertas, paira no ar e adormece seus sentidos, acalma sua mente. Uma inconsciente inquietação move suas mãos. "Onde ele está? Ele não vem me ver, não quer mais me olhar?"
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Ele chega, senta-se ao lado dela. Olha-a com olhos escuros, perdidos e arrependidos.Ela olha-o nos olhos; morrem todas as suas esperanças, mas seu coração ainda palpita de ansiedade.
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"Eu... não sei o que dizer."
"Não diga nada que não seja sincero."
"Sei que eu errei."
"Esperava que fosse mais do que um erro inconseqüente."
"Sinto muito por te magoar."
"Tudo o que eu temia era apenas a despedida..."
"Despedimo-nos agora, então?"
"Por mim, a eternidade seria pequena fração de tempo, se passada ao seu lado..."
"Então fique, e diga-me como posso me redimir..."
"Vou embora, pois sei que jamais conseguirei o que quero."
"O que você fará?"
"Com toda a dor no meu coração, eu te esquecerei. Faça o mesmo, esqueça-me."
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Ela levanta-se, abre bruscamente a porta, desce as escadas correndo. Entra em seu carro, volta para sua casa, deita em sua cama. Dorme, e sonha. Pela última vez, ela se permite sonhar.
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Ele levanta-se, arruma-se, entra em seu carro e vai trabalhar. A vida continua.





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Para iniciar. :)