quarta-feira, 2 de abril de 2008

Cantigas leva-as o vento...

Silêncio. Nada mais do que folhas secas no chão e galhos farfalhantes se movimentam. Tudo é ermo; ensolarado, porém frio. Uma brisa suave e congelante passeia pelo parque, e as sombras brincam ao solo. Nada além disso.
Ela surge, então, no horizonte. Anda com os passos mais leves do que o ar, graciosa como um raio de sol. Emite uma luz quase divina, mas seu rosto tem uma perturbação deveras humana. Caminha em direção ao seu destino, fixo em sua mente, porém imperceptível aos olhos comuns. Nada muito material, talvez.
Ela passa por entre as árvores outonais, como um fantasma que se une aos espíritos da natureza; cantarola, sussurrando com o vento, uma cantiga ancestral. A canção emana de sua alma, com muito cuidado, para que nenhum tesouro se perca pelo caminho, e encontre alguém que não seja aquele por quem ela espera. Ela espera, alegre e aflita.Pássaros eventuais consolam seu caminho solitário. "Onde ele está?" Sua mente perturba-se um tanto mais. "Ele não vem?"

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Ele não vem mesmo?
Provavelmente não.
Talvez nunca.
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Está inacabado. Minha musa desapareceu, eu não consegui dar continuidade. Lanço, pois, o desafio!
Quem quiser dar um destino para aquela que espera pelo seu amado, vá em frente. :)
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Cantigas leva-as o vento...

A lembrança dos teus beijos
Inda na minh´alma existe,
Como um perfume perdido.
Nas folhas dum livro triste.

Perfume tão esquisito
E de tal suavidade,
Que mesmo desapar´cido
Revive numa saudade!

Florbela Espanca - Trocando olhares - 01/01/1916

3 comentários:

  1. May, quando eu estiver inspirada, dou fim pra história... mas acho que deveria ser completamente seu o fim... sei lá...

    Te amo ♥

    ;*

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  2. Sem querer ser pessimista, mas já sendo...

    Acho que termina mesmo na espera. =/
    asuhsahu

    Preciso aprender a ver a vida através de uma optica melhor.

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:)