Gosto de andar pelos dias de chuva, carregando comigo aquele objeto que supostamente deveria proteger-me da água celeste; e para quê? Sou tão feliz sentindo a tristeza do mundo pesando sobre mim, fazendo-me sentir seus efeitos! Gosto, especialmente, das gotas de chuva. Elas são meu alento e recordação de minha dor.
Meu corpo vaga por entre a chuva, sequioso de uma específica visão. Mas meu corpo é trevas, e não se destaca na neblina que a chuva traz consigo. Minha alma, essa sim é luz, mas ninguém a percebe. Sigo, solitária e fantasmagórica, em meu caminho de reflexão.
E caminho. Percebo as sombras de matéria que cismam em prostrar-se aos meus pés, e esbarro acidentalmente nelas; as sombras me iludem, e por vezes por elas vou ao chão. Prostro-me também, e sou uma sombra em algum caminho alheio.
E caminho. Mas nada disso faz muito sentido, porque a minha alma, que é o que me importa, continua inerte em seu restrito meio de locomoção. Minha alma continua inerte e alheia ao sabor dos ventos e dos eventos...
Bom dia.
ResponderExcluirbusco parcerias para meu blogue.
entre em contato.
att.
Lindo May.
ResponderExcluirDescrever os efeitos de uma boa chuva é difícil, mas seu texto fez completo sentido pra mim!
Te amo ;♥
Só te desejo força para carregar sobre os ombros o peso da chuva e para absorver o que se pode aprender com esse peso, mesmo que isso possa deixar calos.
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