domingo, 27 de abril de 2008

To dream - and another verbs.




Acorde - já é bem tarde. Chega de dormir, chega de sonhar. A vida está lá fora, não em meio aos seus travesseiros e cobertores.

[Você não vê? Dormir é muito mais do que descansar. Dormir é sonhar, e sonhar é viver - viver de fato. Esquecer as mediocridades do mundo concreto. Construir um mundo covarde e belo, ao próprio bel-prazer.]

A covardia é um veneno que consome a alma e a dilacera nos mais ínfimos pedaços. A comodidade e o apego à ilusão apenas completam o banquete da morte da alma.

[Pois eu quero me deixar morrer, abandonado em minhas fraquezas, alentado e consumido por minhas ilusões. Toda a vida foi sempre um grande amargor e um inverossímil jogo de pequenas felicidades aleatórias e efêmeras. Desilusões - não as quero mais. Não quero acreditar que vivo em meio a um dissimulado inferno; quero ilusões e mais ilusões, que entorpeçam minha mente e me façam acreditar que respirar tem algum vão sentido.]

[...]

À morte.

Florbela Espanca

Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E como uma raiz, sereno e forte.

Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.

Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!

Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera... quebra-me o encanto.














Winter's gone. Oh my God, how I crave for your love!

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