terça-feira, 8 de maio de 2018

Em meio ao labirinto... I

Vez em quando me surpreendo comigo mesma quando me pego pensando em você. Colocar a consciência em um pensamento que tão fugazmente vai e vem dentro da minha cabeça (e dentro do meu coração?) me dá algum arrepio, me deixa um tanto intrigada - o que é que você está fazendo aqui?
(These are not poppy-like-lines, for you to know that I'm still able to dream wide awake).
Te vejo montanha acima, desbravando o insondável mistério, seus pés se adiantando na garantia de proteção para todos - todos cabem direitinho dentro do seu grande coração.
Te vejo montanha abaixo, cansado, confuso, contando histórias que derretem e aquecem meu coração enregelado pelo frio e pela angústia de não me saber segura ao fim da caminhada.
Te vejo próximo, confessando o inconfessável, encontrando estranha interlocução nesse encontro que foi tão fácil e tão natural - seu coração é grande o suficiente para caberem tantas angústias quantas um guerreiro é capaz de carregar sem desabar.
Te vejo longe, longe, tão longe que eu quase posso me indagar se isso tudo, de fato, aconteceu. Um arrepio na espinha, o coração se contrai num esgar de pavor de quem se sabe muito próximo da loucura e muito longe de você.
Nos meus pensamentos você é forte e doce. Seus braços abrem caminhos externos e internos, afagam dores mas apontam para si, pedindo: entre dentro de mim e me ajude a me aquecer por dentro.
Iluminar conscientemente esses pensamentos já me pareceu tão estranho... Transformá-los nessas palavras concretiza qualquer coisa que eu mesma possuo de inconfessável, e que assim permanecerá: eis a minha mais intensa batalha atual. Mas você está guardado aqui dentro, enigma que ilumina e aquece, capaz de chorar e de lutar com o mesmo vigor. Reverência é o que lhe presto - em algum outro momento, dedico-lhe qualquer coisa transmutada a partir desse lampejo inicial (ou não?).

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