
O que é ler um livro?
É ser espectador de uma comédia,
Coadjuvante de um drama,
Protagonista de uma tragédia.
Ler um livro...
É estirar-se numa poltrona tranqüila,
E deixar-se levar pelos braços mágicos da não-realidade.
É flutuar entre os mais diversos reinos,
Planos,
Mundos,
Dimensões,
Ou qualquer coisa menos concreta; não enumerável.
Livros são vivos. São cruéis, quase humanos.
Têm todo aquele poder de encantar - tal qual um amor.
Têm todo o êxtase dos mais íntimos momentos - tal qual uma paixão.
Têm os requintes da mais fina crueldade - tal qual amores e paixões.
Livros têm boca, e beijam sedutoramente.
Livros têm braços, abraços, enlaces, encantos.
Eles libertam a mais variada gama de fantasias, alegres ou doentias.
Livros são a linha tênue que separa ficção e realidade,
- Os mais fracos conseguem confundir-se em toda essa sutileza.
Essas fantasias são tão reais, que costumam machucar mais do que a própria realidade.
Ler um livro é doar-se por inteiro a uma vida abstrata.
É entregar, com honrarias, toda a sua energia vital.
É premiar um sonho com a própria vida.
Ler um livro...
É abrir as portas para o surreal,
É concretizar o inverossímil,
É alcançar o intangível,
É sofrer com alegria.
É quase sentir o amor que Camões sentia.
Ler um livro é cercar-se de magia.
É ter vampiros sussurrando nos seus ouvidos,
É trilhar com honra o caminho do guerreiro pacífico,
É descobrir todas as profundidades do amor,
E de todos os sentimentos que colorem o mundo.
Ler um livro é fugir, com as mais belas opções de destino.
É enveredar-se pelos caminhos mais doces.
É perder-se, por vontade, nos braços da ilusão.
[...]
De ilusões... Já é outro ensaio.
Fico, por enquanto, no doce sonhar literário.
E não me acorde desse sonho.