sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

O que existe depois da sentimentalidade espúria?

 O drama é uma forma racional de amplificar esses sentimentos que brotam tão mirrados do meu coração, incapazes de formar uma corrente líquida: são tão densos quanto o ar.
Falo muito sobre a névoa, que é a única forma possível para as minhas tão aéreas emoções: capazes de furacões, mas não de tempestades.
O orgulho negativo é aquele de que eu quase me gabo não ter em algumas das minhas faces - não em todas. Acho que sei distingui-las, mas não vou fazer isso agora.
Fato é que eu tenho um orgulho positivo das minhas capacidades de amar - que não recebem validação com tanta frequência quanto, vim a compreender, eu necessito. Mas quem tem que saber do meu valor sou eu, primeira e principalmente. Que aprendizado difícil. A indiferença dói como um dedo enfiado numa ferida que nunca consegue se curar.
O amor é esse processo tenebroso, que dá seus frutos podres, às vezes até mesmo envenenados. Assimilar sua realidade integral é aceitá-los todos, do verde ao maduro, em todos os seus estágios; envenenados ou caramelados.
Mesmo os que vêm caramelados podem estar podres, ou envenenados. O verde tem um travor que, encontrada a nuance, pode revelar qualquer coisa de sei lá o quê. Foda-se a metáfora.

O que existe depois da sentimentalidade espúria é uma racionalidade tão plana que eu não sei bem o que fazer - talvez meditar e tentar ignorá-la pelo menos por um ou dois minutos, enquanto não encontro seus olhos d'água.

Os de dentro, é claro. Os de fora não se furtam em minar vez ou outra.

(batcaverna style)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

:)