segunda-feira, 9 de maio de 2022

cartografias

ando pelo centro da cidade e
nossos marcos são meus pontos-chave
de entrada na câmara escura do meu desejo:
mergulho.

quase não vejo: ouço
os rumores da minha memória
soterrada pelas distorções
de uma fantasia selvagem.

ecoam interrogações
que germinam por entre as frestas
do meu coração retalhado.

busco entre os despojos 
do meu eu anônimo, estrangeiro,
qualquer coisa como uma fé cega,
tênue fio de Ariadne que ainda me resta.

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