três horas de silêncio: meditação
para ver se tomo consciência
da energia que me é vampirizada
pelos dispositivos eletrônicos
- mas não só.
nascem e morrem os dias.
meu corpo cada vez mais maturado,
as memórias se reorganizam,
distribuindo-se por ele todo
- não mais só na cabeça,
não mais só no coração.
o cansaço ancestral persiste,
mas resisto. assumo-me
como antes não poderia
porque a névoa ansiosa
me aterrava e confundia.
belo mundo em que a pressão interna cede:
abrem-se novos espaços
para a alegria
para a auto-aceitação
para o descanso.
o que há em mim ainda é, sobretudo, cansaço,
mas vejo novas luzes por entre novas frestas:
a casca de um velho eu está a ponto de romper-se.
quarta-feira, 23 de março de 2022
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