quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Investigações filosóficas sobre um passado distante do meu coração

Talvez seja o efeito dos sonhos bizarros que tive essa noite
que acabaram por me deixar com essa sensação de fim de vida, de fim de mundo,
de fim de sentimento, sei lá,
Mas acabei me lembrando de  você, que foi o responsável pela minha
volta corajosa e independente ao Rio de Janeiro,
com quem eu experimentei pela primeira vez aquela sensação que não me larga
todas as vezes que eu vou à cidade maravilhosa
Que é a sensação de ser um pontinho isolado no meio de um universo colossal.

Fiquei rememorando os nossos encontros, do primeiro ao último
(E me espanta, agora, a nitidez com que me lembro de ambos)
E, buscando analisar com a mente da Mayara de agora
qual teria sido a natureza real dos seus sentimentos,
(eu, que quero saber a origem real e mitológica do universo e outras
impossibilidades)
Me deparo com uma nuvem vaga em que se misturam
contemplação
subjugamento (não sei se essa palavra existe)
paixão carnal desrespeitosamente descontrolada
algum tipo de afeto muito estranho, semelhante a um apego doentio
     ao que não foi nem nunca poderia ter sido
(Me deparo também com os meus próprios sentimentos, em que reinavam
um constante sentimento de humilhação
uma revolta interna nada resolvida
esse desejo do impossível que eu já citei
e uma triste necessidade de ser amada literariamente).

Não sei se existe algum momento de nossas vidas em que conseguimos nos livrar do passado
(vide, inclusive, esse meu ato de agora)
E essa percepção, junto a uma dolorosíssima maturidade recém-adquirida,
Talvez me façam me perdoar
E te compreender
Naquele momento de uma insuportável juventude.

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