quarta-feira, 27 de março de 2024

crônicas da misericordilândia

chove em nossa terra. 21ºC, uma manhã fria no alto da colina, a chapa quente dentro dos portões e portas da escola. sobe o vapor barato do desleixo.
o nome do nosso sistema de governo é a autocracia fundamentalista burguesa. antes de toda e qualquer coisa: eu. eu em segundo, eu em terceiro e, se sobrar alguma energia, talvez, quem sabe?, dependendo da maré de hoje... ah, hoje não porque amanhã é recesso.
as nuances são misteriosas: quem é que manda, afinal? eu ainda não entendi bem, por isso escrevo. se você souber, por favor, me escreva.
sendo professora da misericordilândia, confesso: estou exausta. mas... e se não resistir? e desocupar? entregar tudo pra quem? em vão? o que será? Criolo tem sido tão bem sucedido em me ajudar, por isso vivo convocando o meu Buda. até o Profeta eu saquei, das catacumbas da memória, pra vir em meu socorro.
professor, profissão de profeta. quando a profecia é sombria para o poder instituído, cegam-nos e jogam-nos no labirinto das sombras.
acontece que eu sou amiga do vale da sombra da morte e, por isso, já não temo mais mal algum.

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