sábado, 2 de julho de 2022

o que os olhos veem

e o coração ressente
não com a bússola moral de quem paira acima do humano
mas com a compaixão pelo trágico, demasiado humano que habita
cada singularíssimo sintoma das filhas e dos filhos da terra:

uma cega descendo escadas,
um fruto que se rebela contra a árvore
- e o ímpeto da resposta horizontal, ainda que assimétrica.

(códigos para escamotear a dor do real que me invade,
que irrompeu, corrompeu minhas doces fantasias
de um mundo em harmonia: não há.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

:)