quarta-feira, 8 de julho de 2020

Plantas medicinais

Na primeira vez que escrevi sobre você, me suspeitava apaixonada
Hoje, na segunda vez que escrevo sobre você, sei que te amo
Um amor estranho e nativo, como esses que a gente não percebe que surgiu
Mas que, quando olhei ao redor, estava aqui:
Singelo e natural como uma flor do campo
Com sua candura e inocência
(Camomila e macela, essas flores que trazem guarida pra alma)
Reminiscências solares,
Olhos claros e limpos que me olham cheios de compreensão

Quando eu te leio meus olhos ávidos e trágicos encontram feridas ao que o meu amor tem possessivo, ciumento e enlouquecido
(O exato oposto da sua singeleza aluada)
(Porque eu sou essa estrela escura e triste)
Depois de as suas palavras fazerem um nó na minha garganta
E a sua ausência abrir buracos no meu coração frio
E a saudade de você ser brevemente preenchida pelo papel linho 180g/m²
E as memórias, as memórias...

Me emociona me saber tocada pelas suas mãos, as mãos que produziram: 
suas palavras, o corpo das palavras e os delicados detalhes circunstanciais
Me fere me lembrar tocada pelas suas mãos macias
E sabê-las indefinidamente distantes
Quase/talvez indefinidamente perdidas
Pela divisão de rumos e águas
Em que o meu curso não mais encontra o seu

I miss you
I miss you
I miss you
.
.
.

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