quinta-feira, 9 de junho de 2016

Conteúdo do subconsciente

Eu estava preparando um avião pequeno, que cabia apenas a mim, para fazer uma longa viagem de fuga. Eu já havia feito passeios pequenos, que não haviam me demandado tanto trabalho, mas ao longo do processo de preparo para a grande viagem (que seria algo como daqui a BH) eu percebi que, para fazer um voo mais longo, eu precisaria de mais elementos (básicos, como calçar um sapato fechado, colocar um capacete, um óculos para proteger os olhos, blusas de frio, tendo em vista que era um avião aberto, daqueles antigos – cujos pedais eram de madeira, inclusive). Eu curiosamente sabia pilotá-lo, mas mal, com certa dificuldade, e tinha essa insegurança de não ter certeza se conseguiria guiá-lo até o destino final (e acabei me recordando de conhecidos, não tão antigos, que dominavam uma prática relacionada). Foi ao longo da preparação que eu fui bolando soluções (de improviso) para os problemas que iam surgindo – até o ponto de usar o Google Maps como mapa de navegação aérea. Alguém, que já havia pilotado o avião, me alertou para os perigos do manejo, que eu me depararia com obstáculos e precisaria fazer manobras complicadas. Até que eu enfim conseguisse sair do lugar onde eu me encontrava – ou seja, decolar com o avião –, houve muitos percalços, e eu tive que decolar em fuga de um conflito que estava acontecendo no momento (que era claro, mas eu não consigo me lembrar agora do que se tratava). Quando enfim eu estava voando (e a sensação de voar era primorosa), a despeito dos meus esforços de controlar o avião, eu fui perdendo altitude, até perceber que havia ficado sem combustível. Curiosamente, parei num posto de abastecimento, em que vim a descobrir que o tanque do avião era diminuto, e o combustível era caríssimo (mas nada que eu não conseguisse pagar). Comprei um lanche, enchi o tanque, e continuei a viagem. Daí o avião parou dentro de um apartamento em que havia um homem (que eu não conheço) que queria me impedir de prosseguir viagem de todas as maneiras (e eu já não era mais “eu”, mas havia assumido outra identidade). Apesar de não ser mais “eu”, senti as dores das investidas violentas dele de me impedir prosseguir, que incluíam agulhas infectadas com as quais ele me espetou – uma bem na base da coluna, inclusive, que é a memória física que me restou mais forte. Por fim, consegui me desvencilhar, mas não sem o pesar e o luto pela agressão que eu havia sofrido, sabendo que eu teria que arcar com seus efeitos. Acordei sem chegar ao meu destino final, e sem haver amanhecido.


(Engraçado é que esse é o sonho noturno, que está em total consonância com o sonho vespertino, em que eu também fugia sob condições adversas - em cima do baú de um caminhão de carga, de bordas lisas, sem muito onde me segurar, que andava em alta velocidade. Mas pelo menos no sonho noturno era eu quem controlava o veículo.)

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