Ao chegar em casa,
Primeira coisa que faço: tirar a máscara.
Os longos cílios negros, bandeira de não sei que mistério,
Esconderam os olhos cansados com incongruente vitalidade.
24 horas de um glamour que se vai ao fim do dia,
Com a entrega ao ser-próprio:
Sem a máscara, pode-se chorar;
Pode-se esfregar os olhos de raiva;
Pode-se coçar nervosamente os cílios,
Sem que os borrões denunciem a sua fraqueza.
À prova d'água?
(À prova de vida - suor e lágrimas?)
Nunca mais compro essas máscaras
Falsas, incômodas,
Que pregam-se eternamente à nossa cara.
"Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara."
Tabacaria - F. Pessoa
E sempre vêm outros dias (ou noites) |
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