segunda-feira, 1 de julho de 2024

ancestral

Hoje acordei agudamente cansada de ser gente.

    Ser qualquer outra coisa viva. O ar, a água. Um polvo. Um cachorro. Uma abelha. O mato que cresce à beira de um lago a vários metros de altitude. A cabra que pasta esse mato. A colônia de bactérias que ajuda essa cabra a digerir esse pasto.
    A lua, não - muito cheia de sentido humano. Uma estrela novíssima, recém-nascida, ainda não captada pelas super lentes da NASA. Talvez (tomara!) nunca captada. Ou uma antiquíssima, de brilho tênue e bruxuleante, seus fótons derradeiros viajando, esparsos, pelo espaço sideral.
    Qualquer coisa, menos isso que, não importa o quanto eu investigue e pense e sinta e treine e teste e coloque para jogo, corajosamente, é sempre um balde de água fria em um dia frio - meu primeiro dia de férias.


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