que eu não costumava perceber
- quem terá mudado: eu ou você? -
ou foi o empilhamento dos anos
que operou seu ofício transformador
meu coração, exultante,
não queria nem tecer essas palavras
- tão acostumado está aos dissabores
que mal sabe cantar a alegre satisfação -
seu coração, exaltado,
martelando forte no peito amplo
- exposto à força da necessidade -
e eu reparando, incrédula,
rosto e ouvido colados
(eu celebrando o básico, talvez,
mas há que se reconhecer os milagres,
goles improváveis de água fresca
em meio à selva de pedra)
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