a gente escreve boa poesia com as vísceras,
essas mesmas que nos são demandadas
para a bondade e a gentileza
em um mundo tão tão inóspito
para sensibilidades aguçadas e cultivadas.
é doloroso o vir-a-ser
quando experimentado com
atenciosíssima perquirição
de cada um dos seus delicados movimentos.
eles - os movimentos -
são o entrechoque dos átomos,
a matéria visível versus a matéria escura,
as ondulações da cauda do peixe beta
condenado a viver em um ínfimo aquário.
a natureza da totalidade é inenarrável
mas carrego-a comigo, a me tocar os nervos
incessantemente
até que participar do mundo
de forma mais ou menos funcional
torne-se uma verdadeira
missão impossível.
(escolho o embotamento
em nome de uma existência viável
- pelo menos por enquanto)
segunda-feira, 8 de agosto de 2022
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