Minhas paixões individualíssimas sempre foram engatilhadas pelas ideias.
Sou capaz de me apaixonar facilmente por quem me instiga a mente – eis o funcionamento do maquinário do meu coração. Simples assim.
Já levantei mil hipóteses desesperadas ao longo das minhas quase três décadas de existência. E a conclusão é tão simples quanto essa que acabo de enunciar.
Meu maior medo é o de estagnar: água parada apodrece, como um charco pantanoso (que eu conheço menos da experiência factual do que da experiência ideal).
Sei também que a vida floresce à beira d'água, como anunciam as histórias das grandes civilizações antigas.
Sobre o tempo, o tempo é um rio que passa. E nós somos canoa em água funda: passa, a água bole um pouco, e depois, mais nada.
(Como me esquecer dele, que ativou a minha mente e instigou o meu coração para o mistério das temporalidades? Eis o efeito arrebatador de uma paixão ideal: ela jamais se perde, vira inscrição simbólica e sagrada na madeira da canoa.)
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