sexta-feira, 27 de março de 2020

Se a análise é o oposto da síntese

Em alguns pares de palavras eu sintetizo as minhas análises:

O que já foi jamais será de novo.
E se isso é uma sentença, é também uma esperança.
Se o que já foi está no passado,
A partir da memória, escreve-se o futuro desejado.
Se nada foi como desejaríamos,
Na negação mora a potência do criar:
O que desejamos, o contrário do que já foi.
Aceito a sombra, por desejar a luz
Aceito a solidão, por desejar o estarmos juntos
Aceito os desencontros
Pois eles jogam, bem no meio da nossa cara,
Todos os encontros que realmente desejamos.
Não tendo acesso ao meu desejo
Mergulho fundo no que almejo
Com a certeza de que, o que quer que seja,
Poderá ser construído
Tão-somente pelo meu querer.

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