I
No fundo do tanque
Circundado por macieiras,
Morgana agita as águas
Do meu destino pequenino.
Mergulho as mãos, e
As batidas do meu coração
Transmitem ao poço fundo
O ritmo do meu desejo.
Olho para o espelho turvo:
As brumas ainda encobrem
As respostas aos meus anseios.
II
(No fundo do poço,
Oculto pelas águas,
Ecoa, ignoto,
O ritmo com que
Eu dançaria a Vida
Me sentindo menos exausta.)
III
De relance, eu vislumbro
- Seria desonesta comigo
Se não desse esse testemunho -:
"Como é bom, por vezes,
Não ter que lidar com ninguém..."
IV
Tanta vida interior me exige
Uma dança cotidiana
Essencialmente solitária.
V
Qual o ritmo ideal
Para dançar com o Outro?
Sou eu quem determina
Quando o rei poderá reinar
- Apesar de você pensar que
"Quem não quer é você".
VI
(Até porque falta um bocado
Para esse arremedo de sapo
Se tornar príncipe, ou o que for.)
sábado, 25 de maio de 2024
escrevendo, eu manifesto
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