love's something you give
not something you ask for
(if you don't make a move,
the move is made)
sexta-feira, 31 de maio de 2024
quinta-feira, 30 de maio de 2024
um beijo de morango
seu lábio cínico
pendendo, cheio de charme,
e as três vezes que colhi
as últimas gotas do néctar
com sabor de
pasta de dente
bala halls
e poucas horas dormidas
terça-feira, 28 de maio de 2024
segunda-feira, 27 de maio de 2024
Morgaine, now I can see
I'm honoured to be blessed with your Sight
despite all of the centuries that set us apart
sábado, 25 de maio de 2024
escrevendo, eu manifesto
I
No fundo do tanque
Circundado por macieiras,
Morgana agita as águas
Do meu destino pequenino.
Mergulho as mãos, e
As batidas do meu coração
Transmitem ao poço fundo
O ritmo do meu desejo.
Olho para o espelho turvo:
As brumas ainda encobrem
As respostas aos meus anseios.
II
(No fundo do poço,
Oculto pelas águas,
Ecoa, ignoto,
O ritmo com que
Eu dançaria a Vida
Me sentindo menos exausta.)
III
De relance, eu vislumbro
- Seria desonesta comigo
Se não desse esse testemunho -:
"Como é bom, por vezes,
Não ter que lidar com ninguém..."
IV
Tanta vida interior me exige
Uma dança cotidiana
Essencialmente solitária.
V
Qual o ritmo ideal
Para dançar com o Outro?
Sou eu quem determina
Quando o rei poderá reinar
- Apesar de você pensar que
"Quem não quer é você".
VI
(Até porque falta um bocado
Para esse arremedo de sapo
Se tornar príncipe, ou o que for.)
sexta-feira, 24 de maio de 2024
quinta-feira, 23 de maio de 2024
palavras que não posso te dar
me alimentei das suas até me fartar
(não só as que você me deu
e eu guardei, reticente,
numa prateleira da memória)
reparando-as em minúcias, como o fiz
com os traços que você traz no corpo,
e os seus pequenos gestos
e as presenças incertas
e as ausências impostas
por sei lá que feitiço maldito
que me prende no cárcere infinito
dessa impossibilidade...
sexta-feira, 17 de maio de 2024
tornar-se mulher
minha mãe teve um longo tempo de observação
da minha curiosidade intensa por
suas caixas
seus cabides
seus estojos
seus envelopes
suas carteiras
seus armários
- nossa, quantas portas,
quanta vida,
quanta memória
antes eram só
objetos banais;
hoje consigo senti-los doendo
no meu coração
como fragmentos-fisgadas de duas histórias:
da minha mãe
e da minha própria
quinta-feira, 16 de maio de 2024
pra que canções de amor
se o amor está morto?
que sejam canções fúnebres,
de modo que, representando o real,
nós possamos despertar
e pensar em despertá-lo
(mas não se engane,
esse não é um poema tão esperançoso assim...)
domingo, 12 de maio de 2024
à sombra, um novo lugar
quem te beijou fui eu –
quem quis,
quem fui,
quem fiz.
sob tal responsabilidade, respondo como
quem banca o próprio desejo –
"sem apego ao fruto",
tenho dito às minhas pupilas,
para que também elas tenham coragem
de dar o salto de fé no escuro.
sem as lentes, as formas difusas
ganham um grau a mais de angústia,
esse anseio doloroso.
à luz da janela noturna
diviso, mesmo assim, seus contornos,
fantasma do meu desejo ganhando corpo.
domingo, 5 de maio de 2024
laudo inconclusivo
falamos - falei um bocado
chorei largado, que é o que eu faço
daqui pra frente, ainda não sabemos bem
o que fazer?