em breve mingua a lua
e eu, que ando desconcertada com o tempo cósmico,
desperto - enquanto o satélite prepara-se para o repouso.
a maré cheia me afogou em tanta mágoa reprimida.
penso no mundo todo, imenso e ínfimo;
penso na marcha da história - muito horror, pouca glória;
penso em nossa singular forma de ser hoje
e todas as minhas células se retraem, angustiadas,
porque nunca estivemos encontrados,
sempre estivemos vagando, girando em nossa elíptica.
mãos na terra, em trabalho,
ou mãos ao céu, em súplica.
as luzes artificiais ressecam-me as vistas cansadas.
penso na grande e velha sombra do tempo,
essa que vem munida de um cajado
ora carregando a singela lanterna da esperança,
ora aterrorizando com a prata brilhante da foice.
não há alívio, nem há conclusão.
vagueiam meus pensamentos vagabundos
e suas palavras desleixadas...
quarta-feira, 12 de outubro de 2022
in the big old shadow of time
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
:)