porque não posso ser reacionária, nem deixar de ser realista:
eis as duas opposing ideas que vivo a equilibrar nos meus pensamentos.
durmo e acordo cavando janelas nos muros da minha angústia
(que, sei, é partilhada. nisso já não me sinto mais solitária).
embrulha-me o estômago, sim, também, o estranhamento
de um dia a vida ter sido algo totalmente diferente
e hoje estarmos aqui, à beira do colapso, presenciando o mundo a se dissolver.
não mais me angustia saber-me de pé sobre mim mesma,
me, myself, in my shoes
(uma percepção nova, e dolorosa quando ela me ocorreu),
ainda que me custe meus dentes:
a tensão de decidir, a todo momento, para onde caminhar,
e caminhar, mesmo a contragosto
(agora caminho, mas sem deixar de reclamar).
espero um dia poder abrir a porta da minha alma
e sair, percorrer o mundo do lado de fora,
abandonar-me por um tempo e ser outras, desdobrar-me por aí,
com mais imaginação verbal do que a que ainda retenho, por ora.
meu pensamento ainda não domina minhas palavras,
por isso escrevo pseudo-poesia.
tantos planos para tão pouca disciplina
(talvez eu viva para sempre indisciplinada).
quinta-feira, 31 de março de 2022
hope and despair
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quanta sinceridade e sínteses complexas
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