As vozes internas são muitas, múltiplas, inúmeras, infinitas
Se sobrepõem, se atravessam, ecoam umas nas outras, moto contínuo do inferno psíquico
O que dessas vozes é:
Intuição?
Instinto?
Emoções?
Sentimentos?
A minha ancestralidade falando através de mim?
(Não sei, nunca soube discernir, e em tempos como esses os ruídos internos atingem níveis enlouquecedores)
A vida psíquica é um andar descalço em cima do fio de aguda navalha
Os pés, constantemente lacerados, sem que sejam necessários passos incautos ou bruscos
Cada movimento abre um novo talho sangrento por onde jorra o quente sangue do trauma de existir
Enquanto os demônios berram dentro dos meus ouvidos
Esmigalhando meu coração entre seus dedos impiedosos
E o que me resta é um trapo, farrapo do que um dia eu acreditei que poderia ser eu inscrita numa existência sem dor.
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