Deitada à rede dos meus mágicos cansaços, fico pensando, remoendo, esmiuçando aquelas palavras deliciosas que hoje você me disse. A música, ligada ao meu pé, dançando em meus ouvidos, faz com que meus sentidos adormeçam, e as sensações se potencializem; chego a um estado tal de imersão na inconsciência que já não sei o que é real, o que é devaneio. Guiada apenas pela dourada corrente das lembranças, vou mais fundo, sempre, para chegar ao coração do significado no nosso querido diálogo. As sombras difusas ao meu redor não me tentam - estou firme e feliz, navegando na magnífica embarcação que suas palavras construíram no mar dos meus delírios pueris.
O mar não é revolto nem calmo - tem um tipo de vida muito peculiar, muito intenso e colorido, que fica ainda mais diverso a cada sentença com que sou, por você, presenteada. Minha imaginação cria asas vigorosas, brilhantes e coloridas, a cada sorriso que os meus lábios esboçam em reação às suas palavras. De repente, borboletas e flores começam a cair, levemente, das brancas nuvens... São pedaços da felicidade que, aos poucos, se depositam sobre mim, dando-me cores e perfumes que elevam minha alma a um estado de total repouso, uma sensação da mais leve flutuação - como se a matéria desaparecesse. Como se tudo fosse vento, brisa e bruma, como se as formas fossem abstratas, sublimes, e não mais pertencessem ao feio plano das coisas concretas.
A embarcação... Poesia feita de segurança, de cuidado. Os delírios doentios estão me rodeando, como tubarões famintos de tristeza - mas tenho a proteção dos seus nobres sentimentos, de toda a verdade com que você me inspira a abandonar os vícios.
Mas meu guia, a corrente da sua poesia, faz voltas e mais voltas, e me deixa um tanto quanto confusa, apesar de eu me sentir firme. Quero respirar a essência dos seus sentimentos, e para isso preciso arriscar-me em um caminho que não é apenas de meu auto-conhecimento, mas da contemplação do que você verdadeiramente é: uma incógnita, um labirinto, tão doce e tão complexo...
Não me julgue pelo imensurável carinho que tenho por você, meu raro tesouro. Brinco com a curiosidade que você me desperta, e quero realmente desvendar alguns desses véus de mistério com os quais você se guarda, mas não há mais grata sensação do que a felicidade que a sua existência faz vibrar em mim. Palavras doces e amenas nos hão de nutrir as esperanças de que os laços que nos unem sejam eternos.
ta lndo lindo lindo,vc é a pessoa mais maravilhosa,com uma habilidade gigantes para tecer beleza em forma de palavras [2]
ResponderExcluirTe amo.
Bastante.
Concordo com a pessoa acima ^^
ResponderExcluirEste texto é um dos teus mais belos que já li. Possuem as palavras uma suavidade encantadora.
Amo-te, may dear.
gostei muito dos seus textos
ResponderExcluirMay,
ResponderExcluir“Hoje não há razões para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. “Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração.” Camus sabia o que era esperança. Suas palavras: “E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível...” Otimismo é alegria “por causa de”: coisa humana, natural. Esperança é alegria “a despeito de”: coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce...”
(Rubem Alves)
Obrigada por ter feito parte do meu caminhar no ano que está terminando.
Que 2009 traga para você muita paz, saúde e alegria. Que a esperança seja sua companheira para fazer sempre renascer o seu coração!
Um grande abraço!
Com carinho e afeto,
Leonor Cordeiro
Boa noite!!
ResponderExcluirEstive aqui chamada por uma amiga que é amiga da sua amiga.
Próxima, não?
Gostei muito do que você escreve, principalmente da prosa poética. Você soube descrever de forma cauladosa e ao mesmo tempo suave os sentimentos que a maioria das moças já deve ter passado. Lindo lindo.
(LL)
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