domingo, 14 de dezembro de 2008

O carvalho da ilusão - a Augusto dos Anjos;


Das minhas certezas... Ora! Nunca me foi dado o luxo de ter certezas..
Quanto mais agora. Como me perguntas de objetividades,
Se minh'alma sucumbe pelas transações sentimentais
A que meu ressequido coração anda inadequadamente submetido?

Pego um fósforo, mas não acendo um cigarro. Antes quis
Abandonar o fogo a meu redor, e assistir as flamas purificantes
Consumindo ardentemente a vil matéria. Nunca mais haverá
Bocas que beijam ou escarram, ou mãos que afagam ou apedrejam.

Consumam-se, vícios do corpo, doenças do mundo!
Consuma-se, matéria perdida, que nos conduz ao abismo
Da crueldade, da infâmia, da ignorância e da descrença!
Leve-me contigo, fogo sagrado... Minh'alma há de estar intacta.

De tanto não mais suportar as variações desse mundo concreto,
Pego a raiz dos erros humanos e, com vigorosos golpes,
Deito o imenso carvalho da ilusão ao chão. A terra,
Piedosa mãe, nos há de absorver e reconstruir em nova Harmonia.

3 comentários:

  1. -

    augusto dos anjos ><"
    uma sabedoria sem dimensão.
    saudades.
    *:

    ResponderExcluir
  2. Nossa,mas tá tudo tão lindo por aqui,sentimento de paz :D
    Ótimo post,você me surpreende.
    Te amo,ponto final

    ResponderExcluir
  3. oh, subrinha. certeza esteve, em cada palavra ><'. pessoas muito nos surpreendem. algumas, na verdade, até sem muito motivo.
    mas fazer o que, somos sensíveis à algumas.

    e on *-*''
    sabes que és rara para mim, sim; em muitas dimensões. :)
    e eu realmente sei exatamente dos motivos que me fizeram te adorar deste modo; que te tornaram tão importante e especial, para mim.

    **:

    ResponderExcluir

:)