Hoje eu voei, insone e iludidamente feliz, pela poesia. Voei incrivelmente, um vôo rasante, há tanto desejado... Era disso que eu precisava, um vôo pleno e puro que me fizesse esquecer a terra e seus aborrecimentos concretos. Mas uma dor na coluna e a preocupação com a aula no dia seguinte me cortaram as asas e eu caí, fria e seca, no duro chão da realidade.
Chorei por lembrar da vida - quis chorar até morrer, até me acabar, sem mais lágrimas e sem mais razões para querer morrer.
Eu quis me fazer a poesia mais melancólica, para ser fechada pesadamente dentro de um livro triste e esquecido. Queria ser o mal ultra-romântico, e não a luz árcade. Mentira; eu não tenho exigências. Só queria ser a poesia, só queria ser uma poesia esquecida.
E é tão vão o querer! Eu quis morrer para o mundo e, plenamente contrariada, alguém me deu novas asas, chamou-me de fênix e mandou que eu renascesse.
Eu voei mais uma vez, e não mais contemplava a poesia: eu me transformei nela. Não quero ser poeta, não quero ser o criador: quero ser a criatura. Eu fui criatura e voei, por mais que não quisesse ser percebida. O esquecimento ficou abandonado nas cinzas, eu renasci livre; nesse dia, a chuva precipitou-se na cor vermelha. Lágrimas de uma paixão que eu libertei. Palavras despencaram do céu e orquídeas floresceram, cheias de amor e estranheza, nos campos sem esperança. E eu estou louca e dolorida. A poesia me liberta do mundo, mas não sei quando me libertarei dessa dor pulsante e viva que me prende às correntes da contradição e da tristeza - dentro de mim. Meu mundo interior é caótico e triste. Sou poetisa que nasce e renasce com as primaveras. Mas a Tristeza do Infinito que mora nos invernos sempre anda a me assombrar, como uma lembrança maldita de uma aposta perdida. Perdi minhas flores, perdi meus frutos. Sou uma primavera fria, seca e cinza.
Eu quis me fazer a poesia mais melancólica, para ser fechada pesadamente dentro de um livro triste e esquecido. Queria ser o mal ultra-romântico, e não a luz árcade. Mentira; eu não tenho exigências. Só queria ser a poesia, só queria ser uma poesia esquecida.
E é tão vão o querer! Eu quis morrer para o mundo e, plenamente contrariada, alguém me deu novas asas, chamou-me de fênix e mandou que eu renascesse.
Eu voei mais uma vez, e não mais contemplava a poesia: eu me transformei nela. Não quero ser poeta, não quero ser o criador: quero ser a criatura. Eu fui criatura e voei, por mais que não quisesse ser percebida. O esquecimento ficou abandonado nas cinzas, eu renasci livre; nesse dia, a chuva precipitou-se na cor vermelha. Lágrimas de uma paixão que eu libertei. Palavras despencaram do céu e orquídeas floresceram, cheias de amor e estranheza, nos campos sem esperança. E eu estou louca e dolorida. A poesia me liberta do mundo, mas não sei quando me libertarei dessa dor pulsante e viva que me prende às correntes da contradição e da tristeza - dentro de mim. Meu mundo interior é caótico e triste. Sou poetisa que nasce e renasce com as primaveras. Mas a Tristeza do Infinito que mora nos invernos sempre anda a me assombrar, como uma lembrança maldita de uma aposta perdida. Perdi minhas flores, perdi meus frutos. Sou uma primavera fria, seca e cinza.
Quando é que eu poderei voltar a florescer?
May, eu mereço 50 chibatadas por isso, mas no início do texto eu tenho que confessar... eurí.
ResponderExcluirHEUAHEUHAUHEAUHE :x
Você volta a florescer quando o tempo achar conveniente, quando o destino perceber que você já aprendeu o suficiente com os vôos que você levantou afim de observar toda qualidade de tristezas...!
Te amo e estou do seu lado sempre!
;*
Ao contrário do comentário acima, eu não ri no início do texto. (Não criticando você, moça Tay, é só uma questão de identificação com o escrito ^^)
ResponderExcluirDevo dizer que também estou precisando de um "vôo pleno e puro que me fizesse esquecer a terra". Ah, cansa ficar todas essas horas diárias preso ao concreto, ao real... O surreal é revigorante, é uma outra dimensão do real que muitos ignoram ver. Eu procuro ver sempre, não é fácil, convenhamos, me sinto meio louco por isso, mas enfim.
E viva devaneios nos comentários!
[mas até que foi ponderado e lógico]
é por isso que eu me orgulho da minha irmãzinha querida do coração, escreve com tanto amor e carinho e não se entrega à solidão, batatinha quando nasce se esparrama pelo chão, mayarinha minha linda, eu te amo de montão XDD
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