da minha morte futura não sei, propriamente.
mas os dias passam, e eu aprendi a divisar seus efeitos.
vejo-me, vejo-os envelhecendo. eu vejo.
o que eu temia,
o que Ana da Grécia temia
- os saturninos efeitos -,
eu os tenho tragicamente entranhados
em minhas retinas ainda não tão fatigadas.
mas os dias passam, e eu aprendi a divisar seus efeitos.
vejo-me, vejo-os envelhecendo. eu vejo.
o que eu temia,
o que Ana da Grécia temia
- os saturninos efeitos -,
eu os tenho tragicamente entranhados
em minhas retinas ainda não tão fatigadas.
meu corpo é a testemunha mais imediata.
mas da lâmina ceifadora do deus do Tempo,
nada, nada, nada escapa.
eu quero viver a espessa imanência do agora.
deixar para trás os infantis medos de que o mundo não é pra mim,
de que eu sou inadequada,
emocional demais,
incapaz para aquilo que me chama com ardor
mas da lâmina ceifadora do deus do Tempo,
nada, nada, nada escapa.
eu quero viver a espessa imanência do agora.
deixar para trás os infantis medos de que o mundo não é pra mim,
de que eu sou inadequada,
emocional demais,
incapaz para aquilo que me chama com ardor
- desde sempre, memórias tão remotas -,
e todas as outras vozes que ecoam aqui dentro
enquanto (finjo que) tento
(enquanto não me atrevo a)
encarar a face nefasta, espessa, imanente
do agora.
nascer para a eterna novidade do mundo exige uma coragem
incompatível com a carga de medos infantis tão bem costurados nas fibras tênues do meu psiquismo.
com a paciência da desatadora de nós, lá vou eu,
em cada sonho, em cada sessão, em cada página,
em cada toque de cada letra deste teclado,
desbravar o inóspito infinito do fundo da minha alma
- onde tanta tralha foi depositada
por julgarem ser "um espaço vazio"
quando na verdade é um oceano imenso,
profundo, abissal,
crivado de flora e fauna delicadas e complexas,
em que mergulho toda noite
e volto encharcada, pesada, à superfície,
tentando dar algum relato dessa solidão infinita que é a experiência de existir.
(desatar nós, fazer laços)
e todas as outras vozes que ecoam aqui dentro
enquanto (finjo que) tento
(enquanto não me atrevo a)
encarar a face nefasta, espessa, imanente
do agora.
nascer para a eterna novidade do mundo exige uma coragem
incompatível com a carga de medos infantis tão bem costurados nas fibras tênues do meu psiquismo.
com a paciência da desatadora de nós, lá vou eu,
em cada sonho, em cada sessão, em cada página,
em cada toque de cada letra deste teclado,
desbravar o inóspito infinito do fundo da minha alma
- onde tanta tralha foi depositada
por julgarem ser "um espaço vazio"
quando na verdade é um oceano imenso,
profundo, abissal,
crivado de flora e fauna delicadas e complexas,
em que mergulho toda noite
e volto encharcada, pesada, à superfície,
tentando dar algum relato dessa solidão infinita que é a experiência de existir.
(desatar nós, fazer laços)
NASA confirma que a Estação Espacial cairá no Oceano Pacífico: https://socientifica.com.br/nasa-confirma-que-a-estacao-espacial-caira-no-oceano-pacifico/
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