ou: sobre amadurecimento político
Agora que parece que a roda da minha vida encontrou algum eixo
- Eixo móvel, devo ressaltar, porque a vida está em movimento -,
São muitas as recordações que me causam o pasmo do movimento da vida.
Hoje me recordava do encerramento de uma Jornada Literária, talvez,
Em que nos reunimos todos, palestrantes e plateia, ao fim da última conferência,
Fizemos uma grande roda ao redor do redondo jardim central dentro do prédio da faculdade de Letras.
Todos de mãos dadas, irmanados
- Eu incomodada, sem entender muito bem o propósito daquilo tudo,
Achando tudo meio exagerado.
Eu sentia, sinceramente, que não precisava de tanto.
Doce ilusão.
Hoje entendo
A necessidade de nos darmos as mãos e nos irmanarmos em esperança
De que dias melhores venham,
De que consigamos criar dias melhores.
Já era necessário, é claro, desde bem antes de eu ter a capacidade de compreender essa necessidade.
Bem antes deste evento que descrevi,
Ou mesmo antes,
Antes,
Bem antes,
Num passado não imemorial
Mas terrivelmente anterior ao despertar da minha consciência individual
Para o problema da crise da modernidade.
(Sozinha, minha consciência individual [quase] nada pode.
É uma dor, mas também uma alegria,
Esse despertar radical dos sentidos
Que possibilita a vertiginosa prática de ler o mundo.)
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