Entre o eu e o outro, existe um muro de angústia.
O mesmo que o Pessoa relatava existir em torno do seu eu, enquanto paralisado pelo fosso do fundo de uma depressão sem fundo.
Ainda que não haja fosso, muro sempre há.
O próprio Pessoa buscou romper com essas paredes espalhando suas entranhas mentais em desdobramentos que ele nomeou "outros"
(E, de fato, há muitos eus e outros dentro de um Eu),
Mas a essência do muro que nos cerca a todos
É a tão-fina-quanto-densa incomunicabilidade do ser.
Aí, de fato, usamos dos pixels (visual) e da eletricidade (neuronal)
Para cobrir o outro das mais belas luzes
- configuradas pelos algoritmos dos nossos pensamentos automatizados.
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