o descompasso entre o meu tempo singular e o tempo do mundo
- esse que, de tão perturbador, já me levou às raias da loucura -
eu acabo de mitigá-lo na percepção de sua heterogeneidade
- como o texto, dialógico, heterogêneo.
me foi dada a semi-divina oportunidade,
essa dádiva produtora de milagres
chamada tempo ocioso:
com ele, sondei as profundezas e os abismos do meu ser
na vertigem romântico-melancólica-narcisista dos mergulhos.
agora não há tempo mais de mergulhar:
as distâncias sondadas precisam brotar nas fissuras do texto
ofertado generosamente a quem servir possa.
Tomai e bebei: eis o sacrossanto veneno destilado do meu êxtase agônico.
(o peçonhento espírito do tempo mordeu meu coração)
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