Estou encantada com o poder de auto-conhecimento que a leitura nos traz.
Mas agora é sério.
É impressionante como que, de repente, você entende melhor uma fase significativa da sua vida. Isso porque você apenas estava buscando informações pra escrever um trabalho de literatura brasileira (que, ai deuses!, deve ser entregue amanhã). A frase é a seguinte:
"E como a literatura dificilmente se acomoda sem um paraíso perdido para os seus ideais, assim como os clássicos viveram do mito da Idade de Ouro e da Antiguidade perfeita, os românticos foram buscar nos países estranhos, nas regiões esquecidas e na Idade Média pretextos para desferir o voo da imaginação."
CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira (Momentos decisivos). 2º volume (1836-1880). São Paulo: Martins, [1969]. p. 23.
(O Candido é um fofo, sem mais.)
Apesar do sem-número de exemplos concretos da permanência do paraíso perdido romântico na mentalidade comum da contemporaneidade - e a exemplo dos românticos -, quero analisar a minha parte nesse processo.
Na verdade, eu não queria fazer nenhuma análise longa. Deixa isso pro trabalho. Não a análise pessoal, a análise literária, eu digo.
É que eu finalmente entendi qual a relação que se estabeleceu na minha juventude entre as novelas que eu via loucamente, as bandas de metal nórdico que eu ouvia loucamente (e a consequente vontade de conhecer a Finlândia), a melancolia que sempre me acompanhou (e que eu fazia questão de alimentar) e o Álvares de Azevedo, primeiro poeta que eu li, de fato.
(E eu continuei o trajeto literário, só pra complicar ainda mais, com a Florbela. Ô, juventudezinha maldita [literariamente, inclusive].)
Pronto, só queria falar isso. Estudar é muito legal, a gente conhece sobre o mundo e, de quebra, acaba conhecendo um pouquinho mais de nós mesmos. No fundo, acabam sendo ambos (mundo e indivíduo) uma mesma coisa.
Beijos :*
Nenhum comentário:
Postar um comentário
:)