quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O fim; [?]

Estabelece-se o acordo tácito e irrevogável entre minha emoção e o extremo de minha razão; basta.
Minha consciência já não participa das decisões do submundo de meu inconsciente,
E assim permaneço: à mercê das variações de tudo o que eu não posso decidir,
Caminhando perdida entre os mistérios dos meus pensamentos.

Há palavras e mais palavras que nada dizem,
Verborragia completa para disfarçar o meu desespero.
Vocábulos falhos, instintivos e totalmente arrogantes,
Tentam traduzir, em vão, a essência da tormenta que me assola.

Sinto-me trêmula pelo impulso incontrolável de descrever, sem pausas ou poesia,
Essas percepções que cismam em firmarem-se racionalmente em meus dedos.
Desferindo golpes precisos no teclado, vejo minha loucura concretizada,
E leio, maquinalmente, sensações que me são vagamente familiares.

Pois que tudo se tornou, do que era minha paixão literária,
O fruto da automatização do meu estro;
Perdi todo o meu lirismo para o tentador lado pragmático e seco da vida.
Sim, confesso, perdi toda a sensibilidade. Não há mais nada natural em mim.

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