sábado, 1 de março de 2025

anacrônica

o amor é uma farsa.
por fim, eu percebi.
ele é também uma fraude,
em que se depletam 
esperanças,
fantasias,
tempo.

(ela riu de mim quando
eu me confessei
tão sinceramente)

mas ele existe, é claro
- but not tonight, my love -

num olhar estrangeiro,
o mais intrincado dos enigmas,

ou nesse seu gesto de apontar
(o carinho de [me] perceber)
meus corações estampados,
e também o que me habita o peito

e que bate em silenciosa angústia
pela tragédia do desencontro
                             

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