entregaria todos os meus vícios
dos mais inofensivos aos mais auto-destrutivos
- entre eles, um continuum insuspeito -
ao gelado fluxo das águas profundas,
aquelas que não veem o Sol da consciência desperta.
entrego. entrego tudo isso que me rouba de mim,
que me detém em minhas investidas,
que amarra meus pés nos tapetes das etiquetas
e me põe presa nos muros da auto-dúvida
(que é diferente de auto-questionamento,
como o ego é diferente da auto-estima).
entregaria, porque sei que a magia existe,
mas ela depende da feiticeira para se manifestar.
ponho nestas palavras corriqueiras
- minha magia, minha perdição, meu alento -
a intenção de que a lua cheia carregue
minhas feridas, meus vícios, minhas dores
para debaixo da terra quente e úmida
e que a nossa feiticeira-mãe, maior,
esteja comigo, conosco, todas nós,
em nossos processos de regeneração.
terça-feira, 8 de novembro de 2022
full moon, you see me standing alone
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