"A dor não pertence ao corpo, ela pertence à mente. Um corpo anestesiado não sente dor. A dor é meramente veículo de consciência."
E é por isso que, com o esquecimento, a dor cessa.
E de repente se esquece, como se nunca houvesse existido,
Ou como se a ferida, tão intensamente aberta, sangrante e pulsante,
Hoje não fosse mais que uma cicatriz quase apagada.
Então o cotidiano não dói,
Ed Sheeran não dói,
Chico não dói,
Tapioca não dói,
Crepe não dói,
O Granbery não dói,
O Rio de Janeiro não dói.
Sobrou uma raiva boba de mim mesma por ter sido tão tola,
Por me deixar ser carregada por águas tão frívolas.
Sobrou uma vontade (ligeira) de ser feliz
Mas, dessa vez, conduzida toda por mim mesma,
De uma forma cheia de auto-ternura,
Com impulsos intensos de auto-paixão,
Transbordando para quem quiser/puder/merecer sentir.
(Até porque a vida é muito mais urgente
E complexa e infinita e breve
E instigante e insaciável e incognoscível
E angustiante e fulfilling e desesperadora
Então nem tenho conseguido mais sentir essa dor
Das feridas abertas sangrantes e pulsantes.
O que me dói no fundo da minha alma
É o abismo imenso que eu descobri haver dentro de mim
E que não há porção de nada mensurável que eu possa usar
Para tentar aplacá-lo.)
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