E eu me pergunto, "por quê?"
E amarro a cortina e deixo o vento do litoral varrer a casa
La mer... here we are, together, again.
Meu pai me mostra uma cicatriz das histórias de ontem e de tomorrow
"Já te contei essa história?"
E eu, condescendente, digo que não,
Porque as pessoas cheias de histórias precisam muito contá-las
E eu, que já havia até escrito sobre ela,
Busco nas postagens antigas o link para ele escutar a música de 1972, cheia de memórias, no YouTube.
O vento do litoral continua me varrendo
Me fazendo refletir sobre o mar, a imensidão agorafóbica do mar,
La mer... La mère. Não a terra, Gaia, mas a mar.
E eu também sinto muita falta das minhas prazerosas noites mal-dormidas.
E um misto de profunda raiva, humilhação, reverência e gratidão se embola no meu peito e na minha mente
Quais são os limites do afeto?
(Se eu não sei dimensioná-los, talvez eles não existam, ainda, pra mim.)
"Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"
"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?"
"Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram."
"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
:)