quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ao vento.




Veja - minha alma é como um livro.
Abra-o. Ele só fala de você.
Só sabe cantar você; suas memórias,
Suas façanhas, seus trejeitos,
Seus encantos, sua magia.

Veja - minha alma está fechada...
Há tanto tempo a conservo assim!
Ela só é aberta para que eu possa
Preenchê-la com suas lembranças.
Ela é como um livro não lido, proibido.

Minha alma é uma bíblia,
Feita toda pela minha adoração,
Minha devoção a você.
Mas ninguém a lê! E eu não deixo!
Quem pode profanar essas sutis páginas?

Não as ponho em julgamento,
Não permito que ninguém as manche.
Mas você... Único senhor da minha alma
A ignora, como a um mero folhetim!
Não serei digna de gravar você em mim?

Minha alma vai se desfolhando, indefinida,
Ao sabor dos ventos da sua indiferença...
Todas as suas páginas se desmancham,
Magoadas, em lágrimas desiludidas.
Minha alma é um livro apaixonado,
.
.
.
Para sempre dado ao vento...

Um comentário:

  1. Belíssimo May.

    E eu, que livro sou?
    Será que existem palavras pra descrever uma literatura tão corrompida?

    Te amo ;♥

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:)